Politécnicos e universidades portugueses prontos para acolher jovens afegãs

"Temos responsabilidade enquanto povo para acolher as jovens afegãs para poderem prosseguir estudos", diz o presidente do Conselho Coordenador dos Politécnicos à TSF.

Há duas semanas, Pedro Dominguinhos, presidente do Conselho Coordenador dos Politécnicos, tinha informado o Governo da disponibilidade para receberem jovens afegãos. Esta manhã, Jorge Sampaio lembrou que a solidariedade não é facultativa perante o que está a acontecer no Afeganistão e revelou que a Plataforma Global para os Estudantes Sírios, a que preside, está a preparar um reforço do programa de emergência de bolsas de estudos e oportunidades académicas para jovens afegãs.

Em declarações à TSF, Pedro Dominguinhos afirma que os politécnicos estão prontos para participar nesse esforço de solidariedade.

"À semelhança daquilo que já fizemos para os estudantes sírios e outras nacionalidades, temos uma responsabilidade enquanto povo para acolher as mulheres, também os homens, mas neste caso concreto e muito específico as jovens afegãs para poderem prosseguir estudos, bem como poderem prosseguir as suas carreiras profissionais nas áreas para as quais tiverem competências", garante.

O presidente do Conselho Coordenador dos Politécnicos mostra-se consciente de que este vai ser um processo complexo, referindo que é "algo que tem de ser feito de uma forma muito ponderada, garantindo todas as condições".

"Há aqui todo um aspeto logístico relevante do ponto de vista de acolhimento, de um conjunto de outros serviços para além do reconhecimento nalguns dos casos do ponto de vista das ações prévias em termos académicos, mas também tivemos a experiencia dos estudantes sírios e que encontrámos um conjunto de mecanismos para podermos acolher essas mesmas estudantes", explica.

Numa nota enviada à TSF, o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, António de Sousa Pereira, afirma que "as universidades portuguesas estão totalmente disponíveis para acolher novamente jovens estudantes de zonas de conflito e emergências humanitárias, como é o caso atualmente do Afeganistão, repetindo assim o sucesso de programas como a Plataforma Global para os Estudantes Sírios fundada pelo Presidente Jorge Sampaio".

"Várias universidades estão já proativamente a delinear programas próprios de atribuição de bolsas e apoio à residência para estudantes afegãos, em particular do sexo feminino, como forma de dar o seu contributo ao esforço internacional de auxílio aos deslocados afegãos", pode ler-se na nota.

António de Sousa Pereira dá o exemplo da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto que já propôs a atribuição de seis bolsas, no valor de 9600 euros cada (800 euros mensais), incluindo os custos de alojamento em residência da Universidade.

"A bolsa seria atribuída até à conclusão do ciclo de estudos, desde que o desempenho académico se mantivesse suficiente (de acordo com critérios idênticos aos definidos no "Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo aos Estudantes do Ensino Superior")", acrescenta.

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