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Portugal está na média do número de testes à Covid-19 dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), muito acima de países como a França ou o Reino Unido mas abaixo da Islândia ou do Luxemburgo.
Os dados fazem parte de um documento disponibilizado pela instituição sobre os testes ao novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, e que são, diz, uma maneira de eliminar as restrições de confinamento.
No documento a OCDE analisa a percentagem de testes à Covid-19 por mil habitantes em cada um dos 36 países da organização, sendo a média de todos os países de 22,9 testes por mil habitantes. Portugal surge na lista com uma média de 22,7 testes por milhar de habitantes.

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Segundo os dados da OCDE, com data de 26 de abril, o México é o país com menos testes, 0,4 por cada mil pessoas, seguido do Japão (1,8), da Grécia (5,8) e da Hungria (6,6). Do outro lado da escala está a Islândia, com 134,9 testes por mil habitantes, seguida do Luxemburgo (64,6), da Estónia (36,9) e da Lituânia (36,6).
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O documento salienta o papel dos testes de diagnóstico da Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, como parte de qualquer plano para suspender as restrições de confinamento e preparação para uma possível nova onda de infeções, que poderá acontecer caso as restrições sejam levantadas antes de haver uma vacina ou um tratamento eficaz.
"Fundamentalmente, a supressão rápida de infeções requer testes a mais pessoas, para identificar quem está infetado, garantir que não espalha a doença e rastrear os seus contactos", assinala-se no documento, no qual se explica que além de se impedir o ressurgimento de surtos também se identifica pessoas imunes e se obtém informações sobre o desenvolvimento da pandemia.
Os testes são fundamentais para acabar rapidamente com novas ondas de infeções, diz o documento da OCDE, no qual se explica que há dois tipos de testes, o de diagnóstico molecular, que identifica quem está infetado no momento do teste. Tal, adverte a organização, exige um grande aumento da capacidade de fazer testes.
Os testes serológicos, que indicam se a pessoa já teve infeção, devem tornar-se mais rápidos antes de serem realizados em larga escala, uma medida também eficaz para reduzir a propagação do vírus.
Para reduzir o risco de novos surtos de infeções, a OCDE estima que 70% a 90% das pessoas com as quais uma pessoa infetada esteve em contacto têm de ser testadas e isoladas caso estejam infetadas. Tal medida, nota a organização, tem custos, ainda que mínimos comparados com os custos de um novo confinamento.
Há uma semana, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, disse que as autoridades de saúde portuguesas estão a "testar cada vez mais" e Portugal era então dos países que mais testes fazia a nível europeu.
A pandemia de Covid-19, segundo um balanço da agência de notícias AFP, já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.