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Portugal apresenta, em média, um índice de transmissibilidade de 0,67 em todas as regiões do país, o que representa também o valor mais baixo de toda a Europa, revelou esta segunda-feira Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA). Ainda assim, "nada é adquirido" na luta contra a pandemia, pelo que é necessário continuar a adaptar comportamentos.
O Rt está a "estabilizar, mantendo-se entre 0,66 e 0,68", revelou na reunião do Infarmed, onde estão também presentes o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa. "Houve um decréscimo da incidência com o primeiro pacote de medidas, em todas as regiões", sublinha, acrescentando que "com o confinamento de janeiro e fevereiro, os efeitos foram mais visíveis".

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A partir de dia 22 de janeiro, com o fecho das escolas, a "redução foi mais acentuada", diz o epidemiologista.
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No mês de janeiro, "a incidência era mais elevada nos grupos etários dos jovens adultos até 50 anos e também na população com mais de 80 anos", aponta. "No período mais recente, de 1 a 14 de fevereiro, há uma "redução acentuada da incidência em todas as idades", acrescenta ainda.
Baltazar Nunes estima um aumento 8900 óbitos atribuídos à Covid-19, isto é, 64% do excesso de mortalidade pode ser atribuído à pandemia. Atualmente, Portugal apresenta o valor Rt mais baixo da Europa. "Se continuarmos com este valor de redução da transmissibilidade, é possível continuarmos a descer numa velocidade acentuada", adianta.
Apesar da redução da incidência, "nada é adquirido"
O epidemiologista aponta também uma "redução acentuada do número de contactos diários de cada indivíduo". Na faixa etária dos 70 ou mais anos, há uma redução de 40%; entre os 18 e 49, de 35% e entre os 50 e 69, de 27-28%.
Sobre o impacto das medidas de confinamento e fecho das escolas, Baltazar Nunes refere que a "velocidade a que estamos a decrescer é consistente com as estimativas, na primeira quinzena março estaremos abaixo 120 casos por cem mil habitantes e na última quinzena de março, abaixo dos 60 casos por cem mil habitantes".
Relativamente à ocupação de camas em cuidados intensivos "estamos numa fase de decréscimo de camas, mas ainda a valores bastante elevados. Só a meio de março atingiremos 320 camas em UCI e só no final do mês chegaremos às 200 camas", sustenta.
"Nada disto é adquirido, tudo depende do grau de implementação das medidas e dos comportamentos da população portuguesa", sublinha Baltazar Nunes.