- Comentar
Portugal é o segundo país mais inclusivo na proteção social dos imigrantes da União Europeia. Em primeiro lugar está a Noruega. A conclusão é de um estudo que comparou as políticas de 22 países ao longo de 20 anos.
Relacionados
Alojamento ilegal em supermercado no Porto albergava seis imigrantes do Bangladesh
MAI rejeita passagem de culpas, mas nega que caiba ao SEF "policiar" situação de imigrantes
Contribuições dos imigrantes para a segurança social voltam aumentar em 2022
De segundo pior, na década de 1990, Portugal passou a segundo melhor em 2010. Catarina Reis de Oliveira, uma das autoras portuguesas do estudo, explica que além de ser uma democracia recente há dois fatores decisivos nesta mudança. Por um lado, o facto de o país precisar de imigrantes. Por outro, o facto de haver tantos portugueses emigrantes no estrangeiro.
Portugal é, assim, um exemplo para outros países.

Leia também:
"Um bocadinho exagerado." Sindicato do SEF desconfia de prazo para reduzir atrasos na regularização de imigrantes
"É um exemplo nessa perspetiva de defender a igualdade e essa consciência de que os imigrantes são precisos e contribuem para a demografia, economia e também para as contas públicas. O que não significa que estamos a falar de generosidade porque, efetivamente, em primeiro lugar está a Noruega e o regime de proteção social norueguês não é comparável ao de Portugal em termos daquilo que são os direitos que estão a ser conseguidos. Daí ser muito importante este olhar crítico sobre o que estes resultados nos estão efetivamente a dizer", explicou à TSF Catarina Reis de Oliveira.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
No entanto, Catarina Reis de Oliveira deixa outro alerta: podem haver retrocessos nas políticas de inclusão. É preciso baixar a guarda para evitar atitudes de racismo e xenofobia.
"Desde 2019 que temos um partido na Assembleia da República que não tem, necessariamente, este consenso. Temos de ter esse sentido dinâmico da leitura dos resultados e aceitar que possam começar a surgir maiores divergências políticas e argumentos que resvalam para o racismo e xenofobia. Temos de manter sempre essa preocupação constante de monitorização. Estes resultados põem Portugal num contexto muito favorável, mas não significa que, tal como mudámos para o extremo negativo para o positivo, esta situação se vá manter", acrescentou a autora da investigação.
Ouça as declarações de Catarina Reis de Oliveira à TSF
O estudo internacional vai ser apresentado esta sexta-feira à tarde no ISCSP, em Lisboa.