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A versão mais recente deste relatório, com data de 16 de dezembro, revela que, desde que Portugal agravou as restrições com o objetivo de controlar a pandemia, o número de casos por cada 100 mil habitantes diminuiu em quase todas as faixas etárias. Mas isso não aconteceu com a linha que representa os que têm 80 anos ou mais.

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São precisamente estes, os mais idosos, que são considerados mais vulneráveis; vivem, muitas vezes, em situação de extrema fragilidade, mais expostos ao risco; e necessitam, por isso, de mais cuidados hospitalares.
Mas a análise do ECDC por grupos etários mostra que, no que respeita aos mais idosos,
em novembro, há um decréscimo ligeiro, quando comparado com os mais novos; e já em dezembro, a curva dos mais velhos inicia uma nova subida.
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Uma situação diferente da que acontece noutros países da Europa. Os dados europeus mostram, por exemplo, que, em Espanha, a curva relativa aos mais velhos desce tanto como noutras faixas etárias. O mesmo acontece em Itália e na Bélgica.
Por isso, Vasco Ricoca Peixoto, médico e investigador da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, sublinha que Portugal não está a conseguir proteger quem mais precisa: afinal, aqueles que têm sido proclamados como os principais destinatários das medidas de proteção pedidas a todos.
Este médico de saúde pública nota que, se essa questão não fôr resolvida, no limite, a pressão sobre os hospitais pode manter-se, mesmo quando a pandemia comece a dar sinais de estar controlada.
Por isso, Vasco Ricoca Peixoto pede informação claramente dirigida aos mais idosos e a quem cuida deles.

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