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A associação Transparência e Integridade alerta que Portugal está a perder 11% das receitas totais de impostos, isto porque as multinacionais que trabalham no país não pagam o que deviam.
O presidente da associação, João Paulo Batalha, dá conta na TSF de um carta que enviaram ao ministro das Finanças, Mário Centeno, para que o português - que também é presidente do Eurogrupo - descongele a legislação "que está parada há três anos" e que pode obrigar estas grandes empresas a pagarem os impostos que devem em cada estado-membro, declarando-os publicamente.
"O que vemos muitas vezes nos relatórios e contas das grandes multinacionais são somatórios de receitas em regiões do globo, sem que seja possível verificar o que estão verdadeiramente a ganhar e a pagar de impostos em cada país. O resultado desta falta de rigor por parte das empresas é que é fácil para as grandes multinacionais tirarem lucros de um país para o outro, de onde são gerados para paraísos fiscais", explica João Paulo Batalha.
João Paulo Batalha denuncia as consequências da "falta de rigor" nos relatórios e contas das empresas.
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Com esta fuga aos impostos, também Portugal "é um dos países prejudicados", adianta o presidente da associação. "Estima-se que 11% das nossas receitas totais de impostos correspondam a perdas com transferências de lucro de multinacionais."
Assim, estes lucros que são produzidos no mercado português acabam em paraísos fiscais, correspondendo a imposto "que não é pago, nunca é cobrado e o dinheiro foge do Fisco português".
Para acabar com esta dinâmica, a Transparência e Integridade pede que Mário Centeno defenda esta causa no próximo Conselho Europeu, que se realiza a 28 de novembro.