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A Prevenção Rodoviária Portuguesa defende mudanças no ensino e nos testes de quem tira a carta de condução para que os condutores aprendam a conduzir de forma mais segura quando há chuva.
O presidente, José Miguel Trigoso, explica à TSF que o último estudo que fizeram, há alguns anos, apontava para uma redução da velocidade média quando chove, mas essa diminuição é inferior ao que devia acontecer para manter o mesmo nível de risco provocado pela água na estrada que, naturalmente, aumenta os tempos e espaços de travagem, "havendo mais acidentes, em termos médios, com chuva".
O representante da Prevenção Rodoviária Portuguesa não pede mais campanhas de sensibilização que seriam, segundo defende, muito difíceis de ter efeitos práticos: "O fundamental é que na formação as pessoas percebam bem a relação das distâncias de travagem, as velocidades e a redução do coeficiente de atrito com o piso molhado. Mas para essa matéria ser efetivamente dada só o será quando fizer parte dos conteúdos de exame".
José Miguel Trigoso acrescenta que isso até pode estar no programa, no entanto, como não é alvo de perguntas nos exames, "na prática essa matéria não é dada".
"Quando as pessoas vão a uma escola de condução querem acima de tudo ter a carta e não aprender a conduzir", refere.
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"Esta relação é complexa e tem mesmo de ser estudada para que um condutor compreenda estes mecanismos e tenha a informação suficiente para ter a decisão mais adequada".
Não basta ter, como sai nos exames, "o conhecimento da velocidade máxima a partir da qual se pode ser multado".
O presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa sublinha que é preciso uma alteração "profunda" no ensino da condução pois "tudo aquilo que não está no exame nem vale a pena estar no programa"
As mortes na estrada, especialmente com estrada molhada, voltaram a ser notícia com o acidente na A1 no passado sábado que matou a cantora Sara Carreira depois de um choque em cadeia que envolveu vários carros numa altura em que chovia.
Pelos dados reunidos pela Prevenção Rodoviária Portuguesa, de 2010 a 2018 morreram, na A1, 135 pessoas, registando-se 306 feridos graves e 5.095 feridos ligeiros. No caso das vítimas mortais e graves, cerca de 20% aconteceram com chuva ou piso molhado.