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Há imigrantes a entrar em Portugal com "problemas de saúde mental gravíssimos", autênticas "feridas abertas" e Portugal não está "imune" a que se repitam ataques como o levado a cabo por um afegão que matou duas mulheres e feriu uma terceira pessoa, esta terça-feira, no centro ismaelita de Lisboa.
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O alerta e a convicção de que incidentes como este "vão continuar" são de Faranaz Keshavjee, formada em psicologia com especialização em trauma e familiar de uma das duas vítimas mortais do ataque desta manhã, que diz já ter alertado "algumas pessoas importantes neste país" para os problemas que Portugal pode ter de enfrentar.
"Nós não estamos imunes a pessoas que entrem no nosso país com problemas de saúde mental gravíssimos."
"A imigração, as guerras e todas estas situações de instabilidade internacional continuam, tiveram os desfechos que tiveram nalguns contextos, noutros estão ainda a decorrer", alerta em declarações à TSF, e em Portugal "não estamos imunes a pessoas que entrem no nosso país com problemas de saúde mental gravíssimos".

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Por isto, Faranaz Keshavjee sublinha a necessidade de disponibilizar, no país, estruturas que acompanhem "pessoas que vêm com as suas feridas abertas".
Sem querer "desculpar ninguém", e assinalando falar na qualidade de "psicóloga social", defende que a sociedade portuguesa "tem muito a fazer e a trabalhar no sentido de prevenir este tipo de situações que, a meu ver, vão continuar".
"Alertei algumas pessoas importantes neste país para este efeito e estamos a trabalhar em conjunto", garante. "Temos estado todos a ajudar, a colaborar com estas entidades que procuram ajuda para integrar estes povos imigrantes que também vêm sofridos."
Uma das duas mulheres que morreram em Lisboa esta manhã, explica Faranaz Keshavjee, é "prima em segundo grau" da própria.
Comunidade ismaili ajuda "tanto imigrantes como toda a sociedade".
"Uma rapariga nova, que se dedicou, conforme toda a gente na comunidade ismaili portuguesa se dedica, a ajudar tanto imigrantes como toda a sociedade no geral", relata. No momento do ataque "estava ao serviço, a fazer o seu melhor juntamente com a equipa que com ela trabalha".
O ataque - uma "situação horrenda" - deixou todos os membros da comunidade "muitíssimo chocados. A segunda vítima trabalhava também no centro, "era muçulmana ismaili e portuguesa".