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O PS Setúbal apresentou esta terça-feira uma proposta para a criação de uma comissão eventual, no âmbito da câmara municipal, para investigar o acolhimento de refugiados ucranianos, que foi subscrita por todos os partidos da oposição na assembleia municipal.
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Em comunicado, os socialistas setubalenses acusam o presidente da autarquia, André Martins (CDU), e o vereador com o pelouro da Ação Social de "incompetência na avaliação e na ação".
Exigem saber qual o envolvimento do cidadão russo Igor Khashin na receção de refugiados ucranianos na câmara de Setúbal "em que qualidade" os questionou e como se justificam as perguntas que foram feitas.
Está por esclarecer "qual o enquadramento legal e procedimental que fundamenta as fotocópias dos passaportes e outros documentos de identificação" e se o autarca pode garantir que "que nenhum dado recolhido no atendimento saiu indevidamente da autarquia".
Face à recente nomeação de Encarregado de Proteção de Dados da Câmara Municipal de Setúbal, o PS de Setúbal quer ainda saber se "já está aberta e em curso na autarquia uma auditoria não programada e urgente".
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A polémica sobre o alegado envolvimento de dois cidadãos russos pró-Putin e com ligações ao Kremlin na receção a refugiados ucranianos na câmara de Setúbal foi denunciada pelo jornal Expresso.
Os refugiados ucranianos terão sido questionados sobre os familiares que ficaram na Ucrânia quando foram recebidos na Câmara de Setúbal por Igor Khashin, membro da Associação dos Emigrantes de Leste (Edinstvo) e antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e a mulher, Yulia Khashina, funcionária do município.
A Assembleia Municipal de Setúbal chumbou esta terça-feira duas moções de censura ao executivo camarário, apresentadas por PS e PSD.
A moção do PSD pedia a demissão do presidente da Câmara de Setúbal, enquanto a moção do PS visava apenas a censura da gestão autárquica e não apenas na questão da receção aos refugiados ucranianos, mas foram ambas rejeitadas.
Outra proposta anunciada previamente pelo PS, para a criação de uma Comissão de Fiscalização da Conduta da Câmara Municipal, também não foi viabilizada na reunião desta terça-feira.