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O PSD acusa o Governo de baixar os níveis de exigência na educação e denuncia uma pressão para que os alunos passem de ano independentemente do conhecimento. Numa conferência de imprensa para fazer o balanço do ano letivo, o vice-presidente do partido, David Justino, também antigo ministro da Educação, garantiu que as consequências vão ser visíveis daqui a alguns anos.
"A recuperação que é necessário fazer não se pode realizar através de um abaixamento dos níveis de exigência, e aquilo que nós estamos todos a observar é precisamente uma pressão enorme sobre as escolas e os professores para que, independentemente de os alunos saberem ou não saberem, se faça as transições de ano como se nada fosse", advoga o representante dos sociais-democratas.
David Justino constata um "aligeiramento acentuado dos níveis de exigência das escolas", que "juntamente com os efeitos da pandemia", vai "observar-se nos próximos anos".
Ouça as críticas de David Justino.
Para o PSD, que classifica o ministro Tiago Brandão Rodrigues como alguém que aparece para a fotografia ou para fazer promessas que não cumpre, a solução da recuperação de aprendizagens faz-se com esforço e não com dinheiro. "Aquilo que nós faríamos era um plano mais rigoroso", contrapõe David Justino, lançando depois uma crítica: "Encher o Plano de Recuperação das Aprendizagens com 900 milhões... Este Governo só sabe falar em milhões. É a bazuca, são os milhões..."
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O antigo ministro da Educação acredita que este é um problema que "não se resolve só com dinheiro, resolve-se acima de tudo com planeamento, orientação clara para as escolas poderem recuperar os seus alunos, e, acima de tudo, com mais trabalho". Trata-se de um problema para o qual é necessário, de acordo com David Justino, mobilizar professores, os alunos e as famílias.