
Pedro Rocha/Global Imagens
Vales criados para garantir cirurgias mais rápidas e diminuir listas de espera não estão a ser 100% eficazes.
Foram emitidos 165 mil vales-cirurgia no ano passado, mas quase 80% não foram usados pelos utentes.
A medida, criada em 2004 para combater as listas de espera no SNS, permite que os pacientes sejam operados noutra unidade privada, social ou pública, mas segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) não está a ter efeitos práticos.
Segundo o Diário de Notícias, os utentes acabam por não usar os vales emitidos porque os hospitais designados são longe demais, ou os médicos que operam no privado são os mesmos que os deveriam operar no público e, para evitar conflitos de interesses, essa hipótese fica desde logo posta de parte.
O Estado apoia o custo do transporte do doente, mas na maioria dos casos precisavam de ir acompanhados.
Em resposta ao jornal, o Ministério da Saúde que está a tentar encontrar soluções para melhorar o sistema.
Em 2022 foram emitidos 165079 vales-cirurgia, mas só 21% dos utentes os aceitaram. Já em 2021 foram emitidos menos vales (156.264), mas 23% foram aceites.
Apesar da baixa taxa de aceitação, o Estado gastou mais de 43 milhões de euros com estes vales no ano passado, e mais de 45 milhões em 2021.
No caso de recusa do vale, o utente entra de novo nas listas de espera. Terá de aguardar que o chamem para o seu hospital ou receberá novo vale. Se recusar duas vezes, não tem direito a mais nenhum e tem de ficar à espera que o seu hospital resolva a situação.