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O diretor clínico do Hospital de Braga, Jorge Marques, admitiu esta quinta-feira que quatro mortes podem estar relacionadas com a existência de um surto provocado por bactérias multirresistentes, adiantando que há oito doentes infetados e cerca de 140 "colonizados".
Em declarações aos jornalistas, Jorge Marques disse ainda que há, desde o início do ano, quatro casos de morte que "podem estar relacionados" com aquele tipo de bactérias, mas ainda não há confirmação.
"Não se pode dizer que a causa da morte tenha sido a bactéria em si. Pode ter contribuído, isso com certeza que sim, pode haver alguma relação, mas ainda estamos a analisar", referiu.
Em causa está um grupo de bactérias genericamente designadas por "CRE" e que são resistentes a múltiplos antibióticos.
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"Durante o primeiro trimestre deste ano, registámos um aumento de incidência de bactérias resistentes aos antibióticos. Um aumento de incidência de casos é um surto. Mas esta não é propriamente uma situação de alarme geral. Tomando medidas, isto controla-se", disse ainda Jorge Marques.
Nesse sentido, o Hospital de Braga está a implementar medidas de controlo, que passam por um "rastreio sistemático" a todos os doentes que são internados.
O objetivo é ter uma "noção mais detalhada" da prevalência das bactérias resistentes aos antibióticos para a eventual adoção de "medidas mais agressivas" para impedir o risco da transmissão.
"Este tipo de bactérias está muito associado a instituições hospitalares e residências para idosos, explicou o diretor clínico do Hospital de Braga.
Com um total de 700 camas, o hospital regista cerca de 140 doentes colonizados, ou seja, positivos.
"Estar colonizado não significa estar infetado. Cerca de 90% dos colonizados não vão desenvolver qualquer tipo de infeção", ressalvou Jorge Marques.
Os doentes com maior risco de infeção são os que têm internamentos ou institucionalização prévios e os que são submetidos a cirurgia abdominal.
"Pode provocar pneumonias, infeções urinárias ou infeções generalizadas, a chamada sépsis, que é a situação mais complicada", explicou ainda aquele médico.