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À espera do melhor, mas sempre preparados para o pior. Esta é uma frase batida, mas que se aplica na perfeição aos radioamadores, nomeadamente aos que se encontram nos Açores. São eles a última reserva das comunicações de uma nação, em caso de falha dos meios oficiais de comunicações.
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Pedro Leonardes é radioamador e está em São Jorge, preparado para assegurar as comunicações na ilha. Mas antes de mais, importa saber o que é isto de ser radioamador.
Nesta entrevista à TSF, Pedro Leonardes explica porque é que os radioamadores são diferentes. "Nós com um rádio e com um pedaço de fio conseguimos falar para quase todo o mundo. E é uma verdade. Funciona um pouco dessa forma. É isso que nos diferencia. Enquanto quase todos os restantes meios de comunicação estão dependentes da internet, o nosso não."
Ouça aqui os principais destaques da entrevista da TSF com Pedro Leonardes
Nesta altura, e tendo em conta a situação sismovulcânica de São Jorge, os radioamadores já têm um plano de emergência, caso a situação piore. Pedro Leonardes garante que estão na retaguarda, mas prontos na eventualidade de falharem as comunicações oficiais.
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Já em situações críticas anteriores, os radioamadores foram o garante das comunicações. No entanto, nem sempre foi assim. Pedro Leonardes reconhece que "durante muitos anos os radioamadores foram um pouco negligenciados".
"Acho que não foram levados muito a sério. Foram os radioamadores que solucionaram, muitas vezes, a falta de comunicações. Durante a passagem do furacão Lorenzo aqui pelos Açores, um concelho da ilha das Flores ficou completamente sem comunicações com o exterior. Essas comunicações foram asseguradas, entre a meia-noite e as sete ou as oito da manhã, por radioamadores. Portanto, estava lá alguém."
Pedro Leonardes espera que esta crise não passe de pequenos tremores e que tudo o que se está a passar sirva de treino para os radioamadores.

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