Reações adversas à vacina são cada vez mais raras. Com números baixos, AstraZeneca e Pfizer lideram queixas

Não foi detetada relação causa-efeito nas 44 mortes registadas, em Portugal, depois da vacinação. E há apenas uma suspeita de reação adversa em cada 833 vacinas administradas.

As vacinas da AstraZeneca e da Pfizer são claramente as que apresentam percentagens mais elevadas de suspeitas de reações adversas registadas pelo Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

O balanço é feito num relatório de monitorização da segurança das vacinas contra a Covid-19, que regista os números de todas as reações adversas desde o início do processo de vacinação.

Como seria de esperar, as vacinas da AstraZeneca e da Pfizer são as que têm mais queixas - algo normal, tendo em conta que também são as mais administradas. Contudo, quando colocamos os números em perspetiva e olhamos para as percentagens, percebemos que estas duas marcas também se destacam, apesar de apresentarem, igualmente, números baixos: 0,124% das pessoas vacinadas em Portugal com a AstraZeneca registaram suspeitas de reações adversas, seguindo-se a Pfizer com 0,121%. Bem atrás surgem a Moderna, com 0,074%, e a Janssen, com 0,016%.

Das 5,8 milhões de doses administradas até 30 de maio, o país registou 6695 suspeitas de reações adversas (0,12%, um caso em cada 833 vacinas), o que representa uma descida face aos 0,15% até 6 de maio (um caso em cada 666).

O Infarmed detalha que "o número de casos de suspeitas de reações adversas a uma vacina contra a Covid-19 tem aumentado, mas esse número tem diminuído se considerarmos o número de administrações para o mesmo período, quer no caso de considerarmos o número total de casos, quer no caso de casos graves".

Aliás, o regulador do medicamento sublinha que, "apesar de o termo 'reação adversa' pressupor pelo menos uma relação causal possível com o medicamento suspeito, todas as notificações espontâneas provenientes de profissionais de saúde ou da população em geral são consideradas 'reações adversas suspeitas'", não estando ainda provada qualquer relação causa-efeito com a vacina.

O facto anterior explica que entre as 6695 reações adversas identificadas pelo Infarmed existam 2738 casos classificados como graves (41%), incluindo 44 mortes, 64 casos de risco de vida, 187 hospitalizações e 774 casos de incapacidades, mas que até agora nenhum destes casos tenha sido dado como tendo uma relação direta com a administração da vacina.

Nada exclui, segundo o Infarmed, "a possibilidade de se tratar apenas de uma coincidência temporal pós-vacinal, pelo que é necessário proceder posteriormente a uma análise qualitativa e quantitativa detalhada destas ocorrências", sendo esse o caso das 44 mortes que aconteceram "em pessoas com uma mediana de idades de 81 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal com a vacina administrada, uma vez que podem também decorrer dos padrões normais de morbilidade e mortalidade da população portuguesa".

Das 6695 reações adversas registadas, as mais comuns envolvem uma reação no local de injeção (48,5%), mialgias e artralgias (44,9%), cefaleias (29,3%), pirexia (26,9%) e fraqueza ou fadiga (16,7%), sendo que o mais comum é que a mesma pessoa tenha mais do que um sintoma - o que faz com que a percentagem acumulada de sintomas seja superior a 100%.

"Grande parte destas reações resolve-se em poucas horas ou dias, sem necessidade de intervenção médica, e não deixando sequelas. As situações não resolvidas nesse período ou de natureza clínica mais grave poderão requerer avaliação clínica", conclui a autoridade nacional do medicamento.

LEIA TUDO SOBRE A PANDEMIA DE COVID-19

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de