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A ilha de São Miguel, a mais afetada nos Açores pela pandemia de Covid-19, passa a partir desta sexta-feira a ter recolher obrigatório às 20h00 durante a semana e serão implementadas duas cercas sanitárias.
Desde o dia 8, data em que começaram a ser aplicadas medidas mais restritivas em São Miguel, estava em vigor na ilha o recolher obrigatório às 23h00 nos dias úteis (hora que será agora antecipada para as 20h00), além do fecho das escolas e de alterações nos horários do comércio.
Aos sábados e domingos, a proibição de circulação na via pública é a partir das 15h00, tendo já sido implementada no fim de semana passado.
O recolher obrigatório, que irá manter-se enquanto vigorar o estado de emergência decretado para o país, até 31 de janeiro, termina sempre às 5h00 do dia seguinte.
O novo diploma do Governo Regional determina ainda o encerramento de ginásios, piscinas cobertas, casinos e estabelecimentos de jogos em toda a ilha de São Miguel.
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Também a partir desta sexta serão implementadas cercas sanitárias nas freguesias micaelenses de Rabo de Peixe (Ribeira Grande) e Ponta Garça (Vila Franca do Campo).
Com a implementação das cercas, que vigorarão até 22 de janeiro, fica proibida a circulação e permanência na via pública e é determinado o encerramento dos estabelecimentos de ensino, de restauração, bebidas, similares e cafés e o cancelamento de todos os eventos culturais ou de convívio social alargado.
Ouvido pela TSF, o presidente da Câmara da Ribeira Grande, Alexandre Guadêncio explica que, de acordo com os dados de quinta-feira, a vila de Rabo de Peixe atingiu um número recorde de casos positivos desde o início da pandemia.
A vila de Rabo de Peixe tem até ao momento 343 casos positivos ativos.
"A avaliação que fazemos é a de que devemos renovar as medidas deste sistema pioneiro no quadro da prorrogação do estado de emergência para o país, pelo que vamos reforçar as que se justificam e nos lugares onde a transmissão é mais grave", disse o presidente do executivo regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM, José Manuel Bolieiro, na quarta-feira.
Defendendo que é preferível "ser excessivo na prudência do que negligente na ação", José Manuel Bolieiro referiu que a realidade epidemiológica nos Açores "é muito específica e diferente de ilha para ilha".
O autarca Alexandre Guadêncio refere que esta é uma medida necessária para "podermos controlar com maior eficácia a propagação do vírus".
Ouça as declarações de Alexandre Guadêncio.
O presidente da Câmara da Ribeira Grande explica que o aumento de casos está associado ao relaxamento das medidas relativamente ao Natal e passagem de ano mas também com o facto de as famílias serem numerosos em Rabo de Peixe.
"Efetivamente foi esse o grande motivo do contágio exponencial que aconteceu nos últimos dias"
Os Açores têm atualmente com 846 casos ativos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19, dos quais 806 em São Miguel, 32 na Terceira, três no Faial e cinco nas Flores.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.979.596 mortos resultantes de mais de 92,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.384 pessoas dos 517.806 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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