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Desde que o Regime do Maior Acompanhado (RMA) entrou em vigor, faz esta quarta-feira dois anos, os tribunais de primeira instância deram por concluídos 9752 processos.
Segundo dados fornecidos à TSF pelo Ministério da Justiça, em 2019 registaram-se 2612 processos e em 2020, até setembro, foram 7140 processos. A esmagadora maioria (7298 casos) recebeu provimento total por parte do juiz, havendo também cerca de uma centena de processos com provimento parcial e um total de 104 processos liminarmente indeferidos.
Num comentário a estes números, a ministra da Justiça defende que o RMA trouxe alterações processuais que vieram permitir "mais processos iniciados e mais processos a terminarem", além de todo o pedido de acompanhamento se ter tornado "mais simples, mais fácil e mais acessível" do que no sistema anterior.
A ministra da Justiça faz um balanço positivo
O RMA destina-se a pessoas que - por razões de saúde, deficiência ou do comportamento alcoólico ou toxicodependente, por exemplo - não podem ou não conseguem, sem apoio, tratar dos assuntos relacionados com a sua vida.
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Este novo regime, que veio pôr fim ao anterior regime de interdição e inabilitação, representa "um marco na afirmação da igual dignidade das pessoas, independentemente da sua maior ou menor capacidade", segundo Francisca Van Dunem.
Francisca Van Dunem considera que este regime veio trazer maior dignidade às pessoas
A governante lembra que até 2019, "as pessoas eram ou interditadas ou inabilitadas. E quando eram interditadas não tinham direitos rigorosamente nenhuns".
"O regime do maior acompanhado tem a vantagem de considerar a dimensão da capacidade que cada pessoa possa ter residualmente e só atuar naquela dimensão em que a pessoa não tem capacidade, refere.
Para Francisca Van Dunem, com esta mudança, Portugal ficou muito bem posicionado no que diz respeito à "proteção de adultos com capacidade diminuída".