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"Relativamente jovem", pai de três filhos menores e viúvo depois de a mulher ter morrido "em circunstâncias difíceis" num campo de refugiados na Grécia. Assim é o homem que atacou, com uma faca, na manhã desta terça-feira, o centro ismaelita de Lisboa, matando duas mulheres e deixou uma terceira pessoa gravemente ferida.
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A TSF apurou também, junto de fonte policial, que o atacante sofre de problemas psiquiátricos.
Afegão, vive em Odivelas e chegou a Portugal "ao abrigo da cooperação europeia", sendo "beneficiário do estatuto de proteção internacional", adiantou esta tarde o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
Os filhos do atacante, revelou o mesmo ministro, têm "nove, sete e quatro anos de idade".

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O cidadão afegão tinha "fácil relação com todos" e uma "uma vida bastante tranquila e beneficiava do apoio da comunidade ismaelita", tanto para o "conhecimento de línguas", como para "cuidado alimentar" e "das crianças menores".
José Luís Carneiro garantiu também que não havia quaisquer "perspetivas" de que o homem em questão pudesse vir a cometer um ato desta natureza. Além disto, "não tinha qualquer sinalização que justificasse cuidados de segurança".
O caso está nas mãos da Polícia Judiciária para apurar "as circunstâncias e as motivações" do ataque, embora José Luís Carneiro garanta que "tudo leva a crer tratar-se de um ato isolado".
A PSP recebeu o alerta para esta ocorrência pelas 10h57 desta manhã e, de acordo com um comunicado emitido pela polícia, os primeiros agentes chegaram ao local pelas 10h58.
Depararam-se com o homem "armado com uma faca de grandes dimensões". Segundo o presidente do Conselho Nacional da Comunidade Muçulmana Ismaili, Rahim Firozali, o homem atacou três pessoas, numa altura em que "decorriam aulas e outras atividades" no Centro Ismaili.
Perante o cenário, a polícia deu ordens ao homem para parar o ataque, tendo ele desobedecido e avançado em direção aos agentes com a faca na mão. Explica a PSP que os polícias responderam disparando armas de fogo sobre o atacante, que foi atingido, tendo ficado ferido.
Foi detido, e está a ser tratado no hospital S. José sob custódia da polícia.