Rotatividade nas urgências de obstetrícia "não pode ser uma solução definitiva"

Em declarações à TSF, Diogo Ayres de Campos critica a direção-executiva do SNS, afirmando que abrir e encerrar urgências de ginecologia e obstetrícia "não é compatível" com quem está em trabalho de parto.

Diogo Ayres de Campos, que coordenou o plano que prevê o encerramento de maternidades, acredita que o Governo vai acabar por ter de fechar blocos de partos. Ouvido pela TSF, entende que o encerramento rotativo de urgências de ginecologia e obstetrícia a partir da altura do Natal e, pelo menos, até março, não é solução para durar.

"Além da urgência que está aberta para o exterior, há grávidas em trabalho de parto e, como tal, isso pode demorar muitas horas, até dias. Isso não é compatível com uma urgência que está a encerrar e que está a abrir e a encerrar. Não se pode ter esta situação como uma solução definitiva", afirma Diogo Ayres de Campos.

Para o ginecologista, "a solução em alguns locais pode ser encerrar, noutras pode ser contratar mais pessoas". "As duas opções são possíveis, mas é uma decisão política que cabe ao Ministério da Saúde."

Diogo Ayres de Campos adianta que o plano "necessita de ser posto à discussão pública", algo que aguarda que seja realizado em breve.

Também na TSF, o diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo, revela que o objetivo na região de Lisboa e Vale do Tejo é evitar o encerramento das urgências em Vila Franca de Xira e no Barreiro-Montijo, como estava anteriormente planeado.

Este plano, refere Fernando Araújo, tem "segurança e previsibilidade" como linhas orientadoras, com o objetivo de evitar "fechos imprevistos" e responda tanto aos utentes como aos profissionais. "O importante", realça, "é que a grávida tenha sempre uma resposta próxima da sua residência que seja robusta, que saiba que está mesmo aberto e que vai responder com enorme segurança aos seus problemas".

O novo plano de urgências de ginecologia e obstetrícia para o período festivo prevê que os grandes hospitais da região de Lisboa partilhem recursos e encerrem alternadamente.

Na península de Setúbal, o Hospital Garcia de Orta, em Almada, vai estar sempre aberto e a rotação será feita entre o Hospital do Barreiro (aberto no Natal) e o Hospital de S. Bernardo, em Setúbal (a funcionar no Ano Novo).

A norte de Lisboa, a rotatividade é feita entre Santarém, Abrantes e Caldas da Rainha, com rotação diária. Na véspera de Natal estará Santarém a funcionar em pleno e no dia 25 é a vez de Abrantes. No dia 30 de dezembro todos estarão a funcionar, enquanto no último dia do ano Santarém e Abrantes estarão a funcionar na sua plenitude.

O plano vai ser avaliado todos os meses para se definir os próximos passos para os restantes meses de 2023.

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