Preço "magoou todos". Santa Sé "ainda não validou a 100%" projeto de altar-palco da JMJ

Líder da organização assinala que é necessário garantir o acolhimento de um número de pessoas que pode ser superior a um milhão e que o atual projeto nasce dessa condição e de um "sonho antigo" de Loures.

O bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Américo Aguiar, garantiu esta quinta-feira que o projeto de altar-palco no Parque Tejo ainda não foi totalmente aprovada pela liderança da Igreja Católica.

Os requisitos para o palco em Loures - cujo custo estimado já ultrapassa cinco milhões de euros - são "chapa 21 de jornadas anteriores", garante, e aliam-se à necessidade de responder aos desafios "esmagadores" que tanto o terreno como a dimensão do evento apresentam. E perante os valores atuais, "a Santa Sé ainda não validou a 100%" o projeto atual.

O custo projetado "magoou todos" na organização, passando agora a solução por, em conversa com as equipas responsáveis pelo projeto, ver "ao microscópio qual é a razão deste valor".

Embora tenha vindo a utilizar a referência de "um milhão" de jovens a visitar o país durante a semana do evento, Américo Aguiar assinala que, por exemplo, na missa final da JMJ esse número pode ser ultrapassado. Por isso, foi necessário encontrar um espaço que permita receber um número tão alto de visitantes, como o Parque Tejo.

"A isso juntou-se um sonho antigo de Loures, o de reconquistar a relação com a frente marítima", explica, pelo que "quando se colocou a possibilidade destes terrenos voltarem a ter fruição pública, foi uma alegria". E foi nesse contexto que a organização trabalhou, embora com os "ónus de intervencionar um espaço que de um lado está a monte e do outro tem um aterro sanitário".

Identificado esse plano, a autarquia apontou "e bem" que a estrutura poderia vir a ser usada para outros eventos, permitindo a sua "utilização diversa". O papel do organizador foi então de "pedir" que haja resposta a alguns requisitos.

A estrutura vai ter "tamanho XXL e altura de quase três andares", para que tudo possa ser visível para os peregrinos que vão estender-se "por mais de três quilómetros". Ao longo desta distância serão instalados ecrãs que permitam o acompanhamento do evento.

"É esta grandeza de números que a mim e a nós todos da organização tem esmagado", argumentou Américo Aguiar, porque "mesmo uma grande peregrinação ao Santuário de Fátima é apenas um bocadinho do que é a JMJ".

A preparação desde 2019, admite tem sido um caminho com "muitos percalços", primeiro devido à pandemia de Covid-19 e depois devido à adaptação "aos novos órgãos autárquicos", agora liderados por Carlos Moedas.

A organização de Lisboa "tem contado" com a experiência da equipa que organizou o último encontro, no Panamá e reitera a vontade de "não repetir erros".

"Não seria muito inteligente da nossa parte", assinala Américo Aguiar, sublinhando que esta organização tem acesso aos relatórios das JMJ anteriores e que "nunca" houve em Portugal um evento desta "dimensão e escala".

"Se dissermos que temos de preparar 50 ou 100 palcos espalhados por Lisboa e pelas localidades à volta" para garantir condições aos jovens de todo o mundo que vão estar em Lisboa, a responsabilidade, assinalou, é da organização.

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