Santarém vai usar satélite para detetar fugas de água

Depois de Vila Nova de Gaia, também Santarém aposta num projeto para estancar as perdas de água. Ao todo ficam abrangidos 1200 Km de rede. O presidente da Águas de Gaia deixa, no entanto, um alerta: "não é um sistema milagroso, mas resultou".

A empresa municipal Águas de Santarém vai investir 30 mil euros num projeto-piloto para detetar mais rapidamente as fugas de água. Perdas que subtraem, todos os anos, milhares de euros à autarquia. Para atingir o objetivo, a empresa a ser contratada vai tirar uma fotografia através de satélite e a Águas de Santarém vai depois sobrepor esse registo com os mapas que contêm a localização das condutas. Ao todo ficam abrangidos 1200 Km de rede, o equivalente a ir do Porto a Paris em linha reta.

"O satélite vai tirar uma fotografia. No fundo é sobreposta à nossa rede cadastral e vai detetar com água com cloro", explica o diretor-geral da Águas de Santarém. Essa água com cloro está presente nas condutas que chegam às casas dos portugueses. Feita a sobreposição, Gustavo Madeira explica que é detetada uma fuga quando a água aparece fora das condutas inscritas no mapa ou rede cadastral.

A partir daqui tudo será mais fácil. "Em vez de varrermos cegamente a rede, podemos direcionar as nossas equipas para locais em que à partida existe uma elevada possibilidade de existirem perdas", adianta.

Um sistema semelhante foi implementado em Vila Nova de Gaia em dezembro de 2019. Num balanço de 3 anos de projeto, o presidente da Águas de Gaia diz que o saldo é bastante positivos, com ganhos financeiros e ambientais.

Miguel Lemos Rodrigues revela que desde então foram detetadas 1500 fugas, com uma tendência de diminuição.

Este ano as fugas de água já estão abaixo dos 20%, enquanto que a média nacional é de 30%. O presidente da Águas de Gaia estima que este ano a poupança atinja pela primeira vez o valor de 1 milhão de euros. "É também um ganho para o meio ambiente e para a sustentabilidade ambiental", acrescenta.

Esse é o objetivo que o presidente da Águas de Santarém quer alcançar. O concelho, tal como Vila Nova de Gaia, também está abaixo da média nacional, com 23%, mas no horizonte está o objetivo de reduzir ainda mais as perdas.

Apesar das vantagens, o presidente da Águas de Gaia garante que nada substituiu a mão humana, já que este sistema "não é milagroso que deteta com rigor a localização da fuga", mas dá indicação da zona onde existe a fuga. "A grande diferença é que os pesquisadores de fugas para fazer uma detenção tinham que varrer toda uma região, com este sistema vão mais direcionados ao local", acrescenta.

Ao todo a Águas de Santarém vai investir 30 mil euros no projeto, numa adjudicação direta à empresa "AguaSistemas".

As perdas de água continuam a ser um problema em Portugal. Só no ano passado foram desperdiçados 188 mil milhões de litros de água, com as percentagens a irem dos 20% aos 50%, dependendo dos concelhos.

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