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A semana vai começar com chuva forte no Norte e no Centro do país, estendendo-se depois à região da Grande Lisboa. A Autoridade Nacional de Proteção Civil alerta para um possível cenário de cheias semelhante ao da semana passada, um aviso que é acompanhado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê aguaceiros a partir das 13h desta segunda-feira.
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Esses aguaceiros vão intensificar-se a partir das 22h e prolongar-se durante toda a madrugada. Segundo o IPMA, a partir das 5h da manhã há também possibilidade de trovoada e a chuva deverá prolongar-se durante a manhã de terça-feira.
As atenções estão sobretudo viradas para o Norte do país.

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"Face a esta previsão de precipitação forte na região Norte e Centro, onde está incluída também a região de Lisboa e Vale do Tejo, foram emitidos avisos para cheia para a bacia hidrográfica do Minho, sendo as áreas de maior risco Caminha, Monção e Valença, a Bacia Hidrográfica do Lima no rio Vez, as bacias hidrográficas do Cávado, Ave, Douro, Vouga e Mondego. Face também a esta previsão de precipitação intensa, a bacia hidrográfica do Tejo, Sado, Guadiana e Ribeiras do Algarve poderão ter uma situação mais crítica, mas apenas no dia 20", explicou no domingo André Fernandes, comandante nacional da Proteção Civil.
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A forte precipitação pode, assim, levar a "cheias nos rios, mas acima de tudo daquilo que são as inundações em meio urbano".
As chuvas intensas e persistentes que caíram em dezembro, com particular impacto na Área Metropolitana de Lisboa e no Alentejo, deixaram dezenas de desalojados, estradas cortadas e prejuízos de milhões de euros, havendo ainda uma vítima mortal a registar.
Na noite de 7 de dezembro, o distrito de Lisboa estava sob aviso meteorológico laranja (o segundo mais elevado) para precipitação forte e trovoada, mas a forma intensa como a chuva caiu fez o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) elevar o aviso no concelho de Lisboa para vermelho, o mais grave.
Na capital, em três horas, a precipitação correspondeu a 10% do que chove num ano, segundo o IPMA. As situações piores ocorreram no Campo Grande, Campo Pequeno e Alcântara. Em Oeiras, foi Algés a zona mais afetada e onde se registou a vítima mortal, uma mulher de 75 anos que não saiu a tempo de casa, numa cave inundada.
No distrito de Portalegre sofreram também graves prejuízos, inclusive com estradas colapsadas e pontes submersas, os concelhos de Avis, Elvas, Arronches, Sousel, Fronteira, Monforte e Campo Maior.
Neste último, segundo o município, algumas habitações ficaram inundadas "quase até ao teto". O Largo da Alagoa transformou-se num mar de água barrenta quase a chegar às varandas, com automóveis praticamente submersos.
Entre os dias 7 e 15, a Proteção Civil contabilizou 88 desalojados. O Governo visitou alguns locais afetados e pediu um levantamento dos danos até final do ano para agilizar mecanismos de apoio.
Algumas autarquias já adiantaram estimativas dos prejuízos: Loures, por exemplo, indicou mais de 20 milhões de euros e Oeiras 12 milhões.