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O sindicato dos enfermeiros vai ser, esta quinta-feira, ouvido no Parlamento, no grupo de trabalho audiências e audição de peticionários da comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão.
Este encontro surge no seguimento da petição lançada pela classe, para garantir o direito ao acesso ao estatuto de profissão de alto risco e de desgaste rápido. Ouvido pela TSF, Pedro Costa, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, sublinha que é essencial que esta profissão tenha uma classificação de perigosa.
"Os enfermeiros desempenharam um papel importantíssimo durante a pandemia, foi reconhecido o trabalho que foi feito, mas passado a espuma dos dias os enfermeiros voltaram novamente a ser ignorados, apesar de serem o maior grupo da área da saúde. São cerca de 50 mil enfermeiros no SNS, 80 mil profissionais inscritos na Ordem dos Enfermeiros, e os enfermeiros vão vendo as suas condições de trabalho cada vez mais degradadas", explica.
Ouça as declarações de Pedro Costa à TSF
O dirigente do sindicato lembra que já foram colocadas a votação algumas iniciativas legislativas que iam ao encontro das pretensões dos enfermeiros, mas que foram chumbadas pelo Partido Socialista.
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"No dia 3 de fevereiro e face a um conjunto de iniciativas que fizemos com alguns grupos parlamentares, nomeadamente Bloco de Esquerda, PAN e PCP, foram apresentados quatro projetos-lei, que tinham como objetivo tentar resolver alguma situação do risco da profissão. Foram chumbados pelo maior grupo parlamentar, o PS, mas queremos lançar para a discussão um problema que é real e que vai agudizar-se com o tempo", adianta.
Pedro Costa recorda o tempo da pandemia, em que os enfermeiros foram condecorados pelo trabalho desenvolvido, e adianta que é preciso que estes profissionais estejam bem para exercerem a profissão.
"Os cuidados de saúde continuam a ser praticados pelos profissionais de uma forma inexcedível. Temos que pensar que somos humanos e que queremos ter condições para trabalhar", sublinha.
A petição que deu origem à audiência foi subscrita por quase 32 mil pessoas, e surgiu da iniciativa do dirigente do sindicato Eduardo Bernardino. A audiência está agendada para as 15h00.