Sintomas da Covid-19 depois de recuperado? Há quem os tenha por mais de um ano

No Hospital de S. João chama-se "Covid Longa" e há doentes que continuam a sentir cansaço, depressão ou problemas de memória, depois de terem recuperado da doença há mais de um ano.

Ainda não se sabe quanto tempo pode durar os sintomas da Covid-19 depois de se ter tido a doença. Em Portugal, há quem mantenha, há mais de um ano, dificuldades como cansaço, depressão ou problemas de memória. Por vezes, pode vir a tornar-se uma doença crónica.

No Hospital de S. João está a estudar-se a chamada "Covid Longa" e os sintomas que se arrastam em doentes que são dados como recuperados da doença. Os casos mais antigos seguidos neste hospital têm um ano e três meses. Em declarações à TSF, a infecciologista Margarida Tavares refere que "as pessoas que tiveram uma situação ligeira, independentemente de ter sido em ambulatório ou de ter obrigado a um internamento, de facto, mesmo algumas dessas pessoas persistem com sintomas até hoje".

Margarida Tavares admite que, em alguns casos, a "Covid Longa" acaba por tornar-se uma doença crónica, mas diz que "todo o mundo tem uma experiência ainda demasiado curta para saber se é uma situação que se possa chamar de crónica, o que é que poderá ficar para o resto da vida, ou pelo menos, por um período muito prolongado".

O estudo que Margarida Tavares está a coordenar vai seguindo os doentes que recuperaram há três ou seis meses, para já com um acompanhamento por telefone, e mostra o que tem sido relatado em todo o mundo: a persistência de sintomas como cansaço, dificuldade de movimentos ou perda de memória afetam todo o tipo de doentes, com ligeiras diferenças. A infecciologista explica que "as mulheres têm uma proporção maior destes sintomas, os mais jovens têm menos sintomas e os doentes mais obesos também têm um ligeiro aumento de risco da persistência de sintomas".

Geralmente, os sintomas não são agudos e vão desaparecendo com o tempo, mas afetam também quem menos se espera. "A esmagadora maioria das situações será totalmente passageira e temos que ter paciência e ajudá-los a ultrapassar esta fase, mas, por vezes, em doentes tão jovens, saudáveis, atletas, que não tinham nenhuma doença prévia, de facto, é assustador sentirem-se tão limitados", afirma.

A medicina não tem tratamentos. No Hospital de S. João, há apoio psicológico, treino de memória e reabilitação física aos doentes. Margarida Tavares explica que se trata de reensinar o corpo a fazer coisas básicas, como respirar.

LEIA AQUI TUDO SOBRE A COVID-19.

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