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Os centros de vacinação não deviam fechar no Ano Novo. É a opinião de António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que lamenta o encerramento dos centros numa altura em que continuam a subir os casos de Covid-19 e admite que agora pode ser tarde para alterar a medida decretada pelo Governo, mas critica a paragem nos dias de Natal e Ano Novo.
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"Embora se entenda que, de facto, se tenha de dar algum espaço aos profissionais que diariamente trabalham nesta área, obviamente que estamos numa fase em que é muito importante a continuação da vacinação numa fase acelerada. Neste momento acho que já não seria possível fazer porque as equipas precisam de ser escaladas com alguma antecedência, mas os centros não deviam ter nenhuma interrupção. Isso era o ideal", explicou à TSF António Morais.
As paragens podem ser uma explicação para os ajuntamentos que se têm verificado nos centros de vacinação. António Morais está preocupado com esses aglomerados também nos centros de testagem.

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"As pessoas deslocam-se e estão em aglomerados grandes de pessoas, o que contradiz todo o ambiente restritivo que estamos a viver nesta semana. Torna-se até um pouco caricato e, por outro lado, há a questão de haver pessoas que se deslocam e que, pelo tempo de espera, acabam por desistir de fazer a dose de reforço. Quer o maior risco de infeção que decorre de estarem aglomerados, quer a possibilidade de desistirem da administração desta dose são duas consequências que interessa, de todo, evitar", afirmou o presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.
Ouça as declarações de António Morais à TSF
Questionado sobre uma eventual mudança nas regras de isolamento, António Morais defende uma revisão da estratégia, mas com uma ressalva.
"Desde que as autoridades já tenham essa informação e que essa informação revele que se pode dar esse passo com segurança, o passo pode ser dado. Depois convém precisar exatamente quem é que define o indivíduo assintomático. Essa questão não pode ser definida pelas próprias pessoas porque isso, provavelmente, não correrá bem", acrescentou António Morais.