"Tem ainda um certo estigma." Fundação José Neves lança guia sobre ensino profissional

Portugal está no grupo de dez países com menos alunos no ensino profissional.

No momento de escolher o caminho a seguir após o 9.º ano, muitos jovens têm dúvidas que podem atormentar a decisão. Para ajudar na escolha, a Fundação José Neves lançou um guia sobre o ensino profissional.

O presidente-executivo da fundação, Carlos Oliveira, garante que este tipo de ensino é uma escolha, mas que existe um estigma em relação à via profissionalizante.

"O ensino profissional em Portugal tem ainda, muitas vezes, um certo estigma e nós queremos que este guia seja uma ferramenta de apoio quer para os estudantes, quer para as famílias que vão ter de escolher a via de ensino dos seus filhos e poderem perceber que o ensino profissional é, de facto, uma escolha em muitos países europeus e também em Portugal", diz o dirigente da Fundação José Neves em declarações à TSF.

Em 2020/2021, 39% dos alunos do ensino secundário estavam matriculados em cursos profissionais, colocando Portugal no grupo de dez países da UE com menor percentagem de estudantes neste tipo de ensino.

"Portugal tem um caminho longo a percorrer em termos da média de frequência do ensino profissional. Estamos atrás dos nosso pares, onde tem havido uma aposta ainda maior, mas temos de perceber que também já há um número muito significativo de jovens portugueses que estão no ensino profissional. Cerca de um terço dos jovens que frequentam o secundário, frequentam um curso profissional", revela Carlos Oliveira.

E insiste: "Portanto, há muitas vezes uma ideia de que é para alguns que têm menos vocação para estudar e para piores alunos e não é, de todo, verdade"

Além de ser uma escolha, Carlos Oliveira apresenta dados que comprovam que o ensino profissional é tão ou mais válido do que outras vias do secundário.

"Um curso profissional tem, em média, maior facilidade em obter-se um emprego. Um em cada cinco jovens que concluíram cursos profissionais obtém emprego na empresa onde estagiou. Os salários dos jovens que fazem o ensino profissional são mais elevados no início de carreira do que de jovens que vão para outras vias de ensino", indica. Mas, se a opção for seguir para o ensino superior, Carlos Oliveira assegura que esta via "permite, mesmo assim, que haja uma progressão dos estudos".

Portugal definiu o objetivo de, até 2030, ter 55% dos diplomados do ensino secundário pela via profissionalizante. Em 2021 estava nos 37%.

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