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O presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) admite não compreender como é que os novos critérios para recrutamento nas polícias, com testes de personalidade para despistar eventuais ligações à extrema-direita ou comportamentos contrários ao Estado de Direito, revelam se alguém é defensor destas ideias. Acácio Pereira também defende que há muito que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras aplica o critério de análise da personalidade nas admissões.
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"Para nós não é uma novidade, é repetir o que já se disse, e tentando, com esse discurso, dizer se vai melhorar alguma coisa", atira, em declarações à TSF. "Relativamente a esses critérios, como é que se consegue dizer se alguém é de extrema-esquerda ou de extrema-direita? Estaremos sempre no domínio do imprevisível e que é impossível resolver por inteiro."
Acácio Pereira reconhece que as ideologias e crenças dos profissionais são um terreno difícil de aceder por inteiro."É uma situação difícil e temos consciência disso. Será uma situação difícil de evitar, no seu todo, em absoluto, mas terá de haver um acompanhamento permanente e desapaixonado das direções dos direitos humanos, e esse monitoramento é no sentido de fiscalizar."
Ouça as declarações de Acácio Pereira.
Questionado sobre as declarações da inspetora-geral da Administração Interna, que critica o discurso "populista" de que há um problema generalizado de racismo ou xenofobia nas polícias, Acácio Pereira diz concordar e garante que estas práticas não fazem parte da realidade do SEF.
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"Conheço perfeitamente o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e os seus inspetores, e desconheço a existência de qualquer tipo de racismo dentro do serviço, portanto é sempre injusto qualquer referência que seja feito nesse sentido."
Acácio Pereira acredita que o discurso xenófobo no SEF "não existe, de todo" e "não se reflete no dia-a-dia dos seus trabalhadores".
Os novos critérios de seleção dos futuros elementos da PSP, GNR e SEF foram incluídos no Plano de Prevenção de Manifestações de Discriminação nas Forças e Serviços de Segurança, um documento elaborado pela IGAI e que conta com a participação destas três instituições.

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O documento foi aprovado em março e está "praticamente executado", sendo apresentado até ao final do ano o relatório de monitorização, disse à agência Lusa a inspetora-geral da administração interna, Anabela Cabral Ferreira.

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