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A cerimónia solene de comemoração do aniversário da Universidade de Coimbra decorreu hoje e foi pontuada com a entrega do prémio da instituição. Num ano em que a UC celebra a Humanidade, o vencedor foi José Tolentino de Mendonça.
"Uma figura ímpar, uma pessoa da cultura, com uma visão social inclusiva, que tocou muito diretamente ao júri, que o nomeou por unanimidade", justificou o reitor da UC, Amílcar Falcão, através de comunicado divulgado para anúncio do vencedor.
Cardeal, ensaísta, poeta e teólogo, Tolentino de Mendonça dedicou o discurso às mudanças provocadas pela crise sanitária, e disse que "a normalidade, pela qual tanto ansiamos, não é um lugar já conhecido a que se volta". O cardeal considera ainda que "por distópica que possa ser, a pandemia empurra-nos para o futuro".
No discurso proferido através de videoconferência, o galardoado pede que se coloque no centro da discussão a "noção de bem comum" como forma de combate à "acentuação do individualismo", um problema que tem sido apontado repetidamente pelo Papa Francisco, de acordo com o cardeal.
Face aos desafios atuais, Tolentino de Mendonça diz que existe uma necessidade de "implementar e reforçar uma cultura da responsabilidade e do cuidado", e realça o papel das universidades, que "estão na primeira linha para responder à chamada".
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No discurso de encerramento da cerimónia, Amílcar Falcão deixou elogios ao vencedor do prémio e reservou uma palavra para os profissionais de saúde, segurança e proteção civil que "têm sido inexcedíveis no empenho, dedicação, esforço e superação" no combate à pandemia.
O Prémio UC tem um valor de 25 mil euros. Este ano, pela primeira vez, é dividido em duas partes, sendo 10 mil euros para o cardeal Tolentino de Mendonça e 15 mil euros para uma bolsa de investigação numa área determinada pelo vencedor.
Instituído em 2004, o prémio conta com o patrocínio do Santander Universidades e o apoio do Global Media Group. Visa distinguir, anualmente, uma personalidade portuguesa que se tenha destacado por uma intervenção relevante e inovadora nas áreas da cultura ou da ciência.
O júri do prémio é presidido pelo reitor da Universidade de Coimbra e tem como vice-presidentes Inês Oom de Sousa (administradora do Banco Santander) e Domingos de Andrade (administrador da Global Media e diretor-geral editorial de DN, JN e TSF).