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O Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra aceitou a providência cautelar para a preservação da Jazida das pegadas dos Dinossauros de Carenque requerida pelo antigo diretor do Museu Nacional de História Natural, António Galopim de Carvalho, e outras personalidades.
A Câmara Municipal de Sintra e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) têm agora 10 dias para responderem à providência, se assim o entenderem.
Descoberto há 30 anos, o trilho de pegadas de dinossauro de Carenque, é o maior da Europa, com 132 metros de extensão, mas está praticamente ao abandono.
O trilho é monumento natural desde 1997, e, em 2001, foi mesmo aprovada a criação de um museu e de um centro de interpretação, cuja construção nunca avançou. Em meados dos anos 1990, obrigou a alterações no projeto da CREL. O túnel de Carenque foi construído de propósito para preservar as pegadas e custou oito milhões de euros.

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Galopim de Carvalho, conhecido como o "pai" dos dinossauros em Portugal, contou recentemente à TSF que decidiu avançar com esta providência cautelar porque sentiu "vontade de chorar" quando ao visitar o local verificou que estava muito degradado.
"Aquilo está transformado numa lixeira. A vegetação autóctone, bravia, foi avançando (....) e está a destruir a laje, quem tem apenas 15 centímetros de espessura", afirmou o professor universitário jubilado.
Questionada pela TSF sobre o caso, a Câmara Municipal de Sintra argumentou que o terreno é particular e que o monumento, sendo museu natural, depende do Estado.
Já o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas afirmou que, até ao final de outubro, será feita uma limpeza do terreno e que esses trabalhos vão ser feitos por uma equipa do ICNF, coordenada por técnicos de geologia, que acompanham a jazida de Carenque.