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O Túnel do Marão abriu há cinco anos e, desde então, poucos lhe passaram ao lado nas viagens entre o distrito do Porto e Trás-os-Montes. A obra, inaugurada em maio de 2016, encurtou a duração dos percursos e possibilitou a atração de mais empresas e trabalhadores.
Por outro lado, o túnel parou a mortandade no IP4, onde em 20 anos perderam a vida 136 pessoas. Em cinco anos, o Túnel do Marão registou sete acidentes. Apenas um motociclista ficou ferido com gravidade.
Trajetos menos demorados e segurança são as características mais apreciadas por quem faz os quase seis quilómetros da travessia subterrânea da Serra do Marão. É o caso de Patrícia Oliveira, que faz o percurso Porto-Vila Real todos os dias úteis.
Patrícia vive na Invicta e trabalha há sete anos como responsável dos recursos humanos e da comunicação na empresa Continental Advanced Antenna, na zona industrial junto à cidade vila-realense. Até à abertura do Túnel do Marão utilizava o IP4, mas depois só o fez por um par de vezes para apreciar a paisagem, porque não ficaram saudades daqueles tempos.
O túnel do Marão mudou a vida de quem vive na região
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"A previsibilidade de tempo de viagem e a segurança" que o túnel proporciona não lhe deixam margem para dúvidas, mesmo que tenha de pagar portagem. Lembra-se de ter demorado "três horas a chegar ao Porto, porque o IP4 estava fechado". Circular no inverno naquela estrada "era muito complicado", para além de ser "muito perigosa". Atualmente, a viagem de Patrícia Oliveira costuma demorar 50 minutos, sempre previsíveis e sem sustos.
Esta comodidade também tem tido impacto no poder de atração de novos colaboradores para a empresa, onde já trabalham 570. "As pessoas percebem que este é também o tempo que demoram, com trânsito, a chegar do Porto à Maia, a Espinho ou a Oliveira de Azeméis".
A rapidez e a segurança também pesaram na decisão de Saúl Campanário, residente em Felgueiras, quando, há quatro anos, deixou de trabalhar em Braga e passou a fazê-lo em Vila Real. Quando anunciou a decisão de se mudar, houve quem o assustasse com frases como "nunca mais lá chegas", como se a cidade "estivesse no fim do mundo". "A verdade é que não está, pois consigo fazer mais rápido a viagem Felgueiras-Vila Real do que a Felgueiras-Braga".
A segurança e a comodidade em viagens com duração mais curta são os principais pontos a favor do Túnel do Marão, que integra a autoestrada entre Amarante e Vila Real, e que custou cerca de 400 milhões de euros.
Desde a abertura em maio de 2016, de acordo com a Infraestruturas de Portugal, faturou mais de 43 milhões de euros em portagens. A receita foi gerada pela passagem de quase 19,5 milhões de veículos.