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Pavlo Sadokha duvida que algum dos ucranianos residentes em Portugal tenha dormido esta noite depois de ouvir as palavras de Vladimir Putin. "Depois das declarações a dizer que a Ucrânia não existia, que foi inventada, ninguém dormiu", adianta. "Toda a gente esteve a trocar mensagens, a pensar como ajudar a Ucrânia, como salvar a vida dos nossos pais e famílias", conta.
O presidente da comunidade ucraniana em Portugal lembra que todos têm algum familiar na Ucrânia. Os seus próprios pais vivem numa cidade na fronteira com a Polónia. No entanto, salienta que os mísseis russos colocados na Bielorrússia não distam mais de 200 quilómetros, e facilmente lá conseguem chegar. Pavlo adianta que as notícias que chegam do Leste também não ajudam a tranquilizar. "Ouvimos notícias de que já está tudo planeado para atacar certas cidades da Ucrânia que têm bases militares ou aeroportos". "Isso tudo é real, Putin parece que perdeu de vez o juízo", lamenta.
Ouça aqui as palavras de Pavlo Sadokha à TSF
O presidente da comunidade ucraniana em Portugal garante que, ao contrário do que se possa pensar, por enquanto o pânico não está instalado no seu país.
As pessoas vivem há oito anos sob ameaça permanente. "As pessoas já não têm medo, estão irritadas com a Rússia." Na sua opinião, "as pessoas estão dispostas a lutar e preparadas para um cenário mais duro". No entanto, "se houver um ataque massivo, vai ser uma grande tragédia humana".
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Há cerca de três semanas, desde que começou a falar-se mais da situação critica vivida na Ucrânia, Pavlo Sadokha afirma que começaram a receber pedidos de informação sobre como é a vida em Portugal.
"Os primeiros países que vão receber refugiados serão a Polónia e a Alemanha", informa. No entanto, "temos recebido pedidos de informação se podem vir para Portugal". Os que trabalham em Portugal também já pensam em como ajudar os seus, caso a situação na Ucrânia se torne insustentável. "Todos os ucranianos que têm família lá já pensam em trazer os seus pais, a sua família", garante.