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O presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, António Morais, revela ter ficado com dúvidas sobre os critérios que levaram a taskforce que elaborou o Plano de Vacinação de Combate à Covid-19 em Portugal a definir os doentes respiratórios como um dos grupos prioritários a vacinar.

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Em declarações à TSF, o pneumologista diz não ter a certeza dos motivos que levaram à opção por vacinar primeiro pessoas com insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência real ou doença respiratória crónica e não outros doentes de risco.

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António Morais explica que pode questionar-se a ausência de algumas doenças crónicas, como por exemplo "a diabetes ou doentes hipertensos", uma vez que há estudos em que "essas duas características se associam a um prognóstico pior" e que entre os doentes crónicos, há situações de diferentes gravidades.
António Morais diz ter ficado com dúvidas sobre os critérios que definiram grupos prioritários.
"Por exemplo, relativamente aos doentes respiratórios, não percebi o que são doentes respiratórios que precisam de apoio", explica. "São os doentes que usam ventilador? São os que têm suporte de oxigénio? Só a esses é que vai disponibilizada a vacina numa primeira fase?", questiona.

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Quanto aos idosos com mais de 65 anos que vivem em lares ou unidades de Cuidados Continuados, António Morais concorda com a inclusão nos grupos prioritários.
"O que nos tem chegado perspetiva que a vacina é, de facto, eficaz e segura também em idades mais avançadas, nomeadamente a que vai ser administrada em primeiro lugar, da Pfizer", aponta o pneumologista.

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"Quando não se consegue vacinar toda a população, que sejam vacinados aqueles que, claramente, têm uma doença mais grave e maior mortalidade", defende António Morais.