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Aquela que poderá ser a primeira vacina de origem portuguesa contra a Covid-19 terminou os primeiros ensaios em ratinhos com sucesso, mas falta o apoio do Governo para avançar com os ensaios clínicos em humanos.
A explicação é avançada à TSF pela empresa de biotecnologia, com sede em Cantanhede, no distrito de Coimbra. O diretor científico da Immunethep, Pedro Madureira, refere que até este momento os primeiros ensaios, conhecidos como "não clínicos", correram muito bem.
"Foram muito positivos e é verdade que só teremos a certeza dos resultados com os ensaios clínicos em humanos, mas dão-nos muita confiança pois usando um modelo que imita a doença em humanos revelaram que a vacina foi muito eficaz, numa forte indicação de como as coisas vão decorrer em pessoas", detalha.

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Terminados os ensaios em animais, é fundamental avançar para a próxima fase, mas para que isso aconteça é essencial que exista um financiamento do Governo.
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Ouça as explicações do representante da empresa à TSF
A empresa diz ter tudo pronto para avançar em setembro, mas antes é preciso garantir o financiamento do Estado que permitirá fazer esses ensaios clínicos - que são muito dispendiosos - sem parar a meio.
A Immunethep anunciou a intenção de desenvolver esta vacina em maio de 2020 e as conversas com o Governo começaram no início de 2021.
Pedro Madureira admite que o processo de aprovação do dinheiro público está um pouco demorado, "tendo em conta a urgência da necessidade de investimento e de termos rapidamente uma vacina que nos proteja das variantes, bem como por ser uma vacina de fácil administração - muito vantajosa para países onde a vacinação é quase inexistente".

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O diretor científico da empresa de biotecnologia compreende, no entanto, que estes processos são lentos e explica que as conversações com o Governo têm corrido "muito bem", havendo um "interesse declarado".
Aquilo que estará a demorar mais é "percebermos quais os mecanismos de investimento por parte do Estado", adianta.
A Immunethep já tem uma empresa parceira do Canadá que irá produzir a vacina, mas antes falta o dinheiro público para fazer os essenciais (e caros) ensaios clínicos.