Vai ser vacinado contra a Covid-19 mas tem receio? A DGS criou um manual para o esclarecer

No novo manual sobre literacia para promover a adesão à vacinação, a Direção-Geral da Saúde reforça que a não vacinação tem mais riscos para o indivíduo e para a comunidade do que receber a injeção, qualquer que seja a farmacêutica que tenha produzido o fármaco.

A DGS acaba de publicar um manual sobre literacia para promover a adesão à vacinação. No documento, a Direção-Geral da Saúde refere a importância de tomar decisões informadas quanto aos cuidados de saúde, sobretudo após um período de corrida pública às vacinas contra a Covid-19.

A vacinação é encarada pela DGS como uma resposta "central" e "de reforço", de forma a "prevenir o surgimento de doença grave e das suas consequências, reduzindo a pressão atualmente exercida sobre o sistema de saúde". Aliás, a DGS vinca a importância de contribuir para aliviar os sistemas de saúde, que se encontram "sob grande pressão" e para travar o número de óbitos, que "tem registado valores cada vez mais elevados".

No que diz respeito à adesão às vacinas, a autoridade de saúde considera fundamental promover a literacia em saúde, pelo que enquadra: as novas vacinas foram encontradas após a descodificação do genoma do coronavírus, em janeiro de 2020. O alvo é a proteína spike, "que permite a entrada do vírus nas células humanas".

CONSULTE AQUI O MANUAL DA DGS

As fabricantes receberam o financiamento necessário para a produção do fármaco, um processo que, admite a DGS, é "gradual, sequencial, e normalmente decorre ao longo de vários anos". No entanto, a Agência Europeia do Medicamento criou um grupo de trabalho que interagiu, durante toda a produção, com as farmacêuticas, de forma a garantir os padrões de "qualidade, segurança e eficácia". A DGS vem assegurar que, apesar das muitas questões levantadas acerca da efetividade e risco das vacinas, as fórmulas são seguras, já que também "a Comissão Europeia promove uma rápida aprovação de vacinas para utilização em toda a União Europeia (UE), mas apenas após o parecer positivo da EMA, baseado na melhor evidência científica, garantindo que os benefícios da vacina são superiores aos riscos".

Em Portugal, o Infarmed, autoridade reguladora do medicamento, reforçou o selo de confiança. No documento esta sexta-feira disponibilizado pela DGS, é possível consultar as fases de desenvolvimento de vacinas antes versus durante a pandemia. São ainda especificadas as diferenças entre os quatro tipos de fórmula: vacinas com vetores virais, vacinas virais, vacinas de ácidos nucleicos (RNA ou DNA) e vacinas à base de proteínas.

O manual criado pela DGS vem admitir que, "apesar do esforço e rapidez na fase de desenvolvimento, o facto de serem novas vacinas e de ainda existir alguma incerteza relativamente aos efeitos a longo prazo (efetividade e efeitos adversos), tem o potencial de criar dúvidas junto das pessoas". A DGS contrapõe, contudo, que foi arquitetada uma estratégia de priorização de grupos, com atenção especial à comunicação que deve acompanhar todo o processo.

"Para o sucesso a este nível, é fundamental que a comunicação tenha como princípios de base a transparência e gestão de expectativas, procurando evitar perceções de injustiça social na administração de vacinas a diferentes grupos, em diferentes contextos e momentos. Para alcançar uma taxa de adesão à vacinação elevada e equitativa, é necessário que a comunicação seja fundamentada na melhor evidência científica em tempo real, e que acompanhe as alterações da situação epidemiológica (e.g., novas variantes do vírus), adaptando constantemente as estratégias a implementar."

Também o papel dos profissionais de saúde durante todo este processo é assinalado neste documento. Nele, a DGS alerta para o facto de estes profissionais deverem "recomendar a vacina aos seus utentes, informando sobre os seus benefícios e salientando a proteção que pode conferir a nível individual e a nível coletivo", bem como "ouvir atentamente as perspetivas dos utentes, de forma empática, e esclarecer as dúvidas e preocupações que estes possam ter, nomeadamente no que diz respeito à eficácia e segurança da vacina" e "salientar que, mesmo que seja vacinado contra a Covid-19, deverá manter todos os comportamentos de prevenção de risco de contágio (usar máscara; assegurar distância física de outras pessoas; lavar as mãos frequentemente; tossir ou espirrar para o braço e deitar fora lenços de papel logo após o uso)".

O papel de cada um na comunidade é alvo de nova advertência, bem como a função das autoridades locais. No documento, é ainda possível ter acesso a informações específicas sobre cada vacina.

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