- Comentar
A poucas horas da reunião de líderes que junta União Europeia e Índia esta sexta-feira no Palácio de Cristal, no Porto, a Amnistia Internacional organizou uma vigília em frente ao local: são quase mil velas para reivindicar a defesa dos direitos humanos e dos dissidentes de opinião na Índia.
Em declarações à TSF, o responsável da AI em Portugal, Pedro Neto, explicou que cada vela representa uma assinatura da petição que está na origem da iniciativa contra a "escuridão e silêncio imposto" e pela "diversidade de opiniões".
Pedro Neto explica o que está em causa neste protesto.
A AI apelou também a quem quisesse participar que "em casa não deixassem de acender uma vela ou um isqueiro, colocassem nas redes sociais e identificassem o primeiro-ministro indiano e as autoridades europeias".
A mensagem é simples: "Parem de reprimir a dissidência, parem de perseguir os defensores de direitos humanos, jornalistas, advogados, estudantes ou religiosos".
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
O cenário na Índia, explica Pedro Neto, tem sido de retrocesso desde 2014, quando Narendra Modi, atual primeiro-ministro, foi eleito.
Amnistia Internacional deixa críticas à governação de Modi.
"Temos notado um recrudescimento do sonho de Gandhi, de um país multicultural, multi-ideias e multirreligiões onde houvesse respeito por toda a gente e o todo ganhasse com a troca de ideias", uma filosofia que a AI defende estar a ser substituída pela "imposição de uma forte de estar e pela repressão de quem pensa diferente".
A AI "foi obrigada a fechar" na Índia, as contas bancárias foram congeladas e os funcionários dispensados. "Numa altura em que é muito necessário que a sociedade civil e os defensores dos direitos humanos trabalhem, estão a ser impedidos de o fazer", lamenta o responsável.
Este sábado acontece a reunião de Líderes UE-Índia, na qual o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, "participará por videoconferência" devido às restrições impostas pelas Covid-19, anunciou na terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.