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O distrito de Vila Real continua, esta terça-feira, a ser aquele que mais meios de combate aos incêndios envolve no país. Ao final da tarde estavam no terreno quase 650 operacionais, com o apoio de mais de 180 veículos e 12 meios aéreos.
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O incêndio que começou no domingo em Samardã, Vila Real, e que segunda-feira à noite foi dado como dominado, teve, esta terça-feira, vários reacendimentos. Os mais preocupantes registaram-se já depois das 19 horas, "um menor na zona de Fortunho e um, de grandes dimensões, na zona de Relva", segundo fonte da Proteção Civil.
Durante esta terça-feira houve também uma "segunda ignição" na Serra do Alvão, de acordo com o vice-presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios, que rondou a aldeia de Lamas de Ôlo.
Duas habitantes da localidade, Maria Augusta e Clementina Mourão, passaram a tarde à sombra de uma árvore, vigilantes, observando a movimentação de bombeiros e aviões envolvidos no combate ao incêndio. "Parece que está longe, mas nunca fiando", disse Clementina.
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Maria confessou que o povo ficou mais descansado quando, na segunda-feira, viram o fogo ser controlado longe da povoação. "Pensámos que estava tudo bem, mas às 10 horas [desta terça-feira] reacendeu-se e veio por aí abaixo".
Uma vacaria chegou a estar em perigo. As vacas andavam fora a pastar, mas no imóvel ficaram "muitos vitelos", para além de feno que servirá de alimento durante o inverno. A intervenção dos bombeiros manteve o fogo distante.
As duas habitantes esperam que assim se mantenha e que seja possível aos bombeiros manter a vigilância durante a noite, já que "estando tudo tão seco, parecendo que até a terra arde, é fácil haver novos reacendimentos".
O mesmo desejou Agostinho Alves, criador de vacas em Lamas de Ôlo, que lamenta a "destruição de muitos pastos" que o incêndio provocou. Mas o pior ainda está para vir. "As chuvas do inverno vão arrastar as terras, as pedras ficarão ao léu e isto nunca mais dará pasto, o que é um prejuízo grande".
Não muito distante dali, em Paradança, já no concelho de Mondim de Basto, um incêndio que começou a meio da tarde obrigou a retirar, por precaução, 14 pessoas de uma estalagem e duas com mobilidade reduzida de uma habitação.