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O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Mário Nogueira, considera muito insuficiente a vinculação de mais cinco mil professores, número avançado pelo ministro da Educação esta manhã no Fórum TSF.
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"O Código de trabalho prevê que, ao fim de três contratos - e no caso dos professores diria três anos - as pessoas devem entrar nos quadros e devem ser efetivos", no entanto isso não acontece no caso de milhares de professores, aponta.
Mário Nogueira destaca ainda que no mais recente relatório anual da OCDE Education at a Glance, Portugal está a dois mil milhões de euros da média de despesa que os países da OCDE fazem em educação.
Mário Nogueira faz as contas ao número de professores que não têm vínculo
Além disso, condena, o "orçamento de Estado prevê um corte de 600 milhões de um ano para o outro. O senhor ministro escusa de explicar isso com a transferência dos funcionários, porque ainda que houvesse uma redução devido a essa transferência para os municípios, o orçamento do Estado teria que ter aumentado para aí."
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Por sua vez, também no Fórum TSF, João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional Da Educação (FNE) acusa o Governo de "ausência de visão da realidade."
"Este este orçamento é feito sem ter em conta a realidade", condena João Dias da Silva
Dos vinte mil professores que seria necessário contratar para garantir que este ano letivo funciona regularmente, apenas cinco mil vão ser vinculados. "Isto é sinal de que a precariedade vai continuar e a intenção de continuar a precariedade em vez de colocar nas escolas o número de professores que é absolutamente indispensável para que as escolas funcionem regularmente".
"Com estes números, aquilo que o Ministério da Educação está a dizer é que no próximo ano vamos continuar a abrir o ano letivo com falta de professores."
O secretário-geral da FNE garante ainda que a greve de professores desta quarta-feira está a fechar muitas escolas.
"Temos centenas e centenas de escolas encerradas por todo o país e a generalidade dos alunos estão sem aulas, o que significa que há nessas escolas também um número muito significativo de professores que estão em greve", destaca.