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A transmissão do vírus monkeypox por via sexual não está confirmada, mas "não pode estar, até ao momento, excluída", explicou esta segunda-feira em declarações à TSF o infecciologista Fernando Maltez.
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Em declarações à TSF, o coordenador do serviço de Infecciologia do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, sublinha que o aumento de casos do vírus só pode ser travado com informação: além dos fluidos corporais, o vírus pode transmitir-se "também por via respiratória, embora exija um contacto relativamente próximo e de alguma forma prolongado" ou por via sexual, "que não pode estar, até ao momento, excluída".
"Há essa possibilidade, o vírus já foi identificado no sémen de vários grupos de doentes", refere, frisando que, neste caso, o preservativo não é suficiente: primeiro, porque era precisa "confirmação de que a transmissão acontece por via sexual", e também porque, mesmo com essa confirmação, "não evitaria o contacto de pele com pele, e portanto com fluidos orgânicos infetados".
Fernando Maltez explica que a transmissão por via sexual não está, para já, "excluída".
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Pelo Curry Cabral passaram, até ao momento, 20 doentes, todos "sem gravidade clínica", tendo dois sido internados por questões de "controlo de dor e não por complicações clínicas".
Embora os números atuais sejam já muito superiores, só na semana de 8 a 15 de junho, o número de casos de varíola dos macacos aumentou 64% nos 42 países que registaram infeções e, de acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, em inglês), no total, foram reportados mais de 2500 casos.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou os dados e confirmou mais 21 casos da doença, elevando o total para 297.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já aumentou o risco global deste vírus de baixo para moderado. Já a DGS apela aos organizadores de eventos que passem informação sobre as formas de contágio, nomeadamente, o contacto físico próximo e prolongado de pessoas com sintomas.