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No arranque da Conferência dos Oceanos, António Guterres, secretário-geral da ONU, começou por dizer algumas palavras em português: "É com gosto e satisfação que regresso ao Parque das Nações para este evento de maior relevância."
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"Deus quis que a terra fosse toda uma, que o mar unisse, já não separasse", afirmou parafraseando o poeta Fernando Pessoa.
Guterres sublinhou que este evento representa "unidade e aproximação entre os estados membros em torno dos assuntos do mar e da proteção dos oceanos".
Passando depois a falar em inglês, o secretário-geral da ONU disse que o "oceano conecta-nos". "Infelizmente, tomamos o oceano por garantido e agora vivemos numa emergência oceânica", considerou, enumerando os problemas ambientais presentes nos oceanos, como a subida do nível da água, o aumento da temperatura do mar "para níveis recorde" ou a abundância de plásticos e microplásticos.
"Não podemos ter um planeta saudável, sem um oceano saudável", frisou, apelando à proteção destes espaços.
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António Guterres deixou ainda algumas recomendações: "Investir na sustentabilidade dos oceanos, fazer com que os oceanos sejam um modelo para a gestão dos problemas globais, prevenindo todos os tipos de poluição, investir na restauração e conservação dos ecossistemas costeiros, como os mangues, os pântanos e os recifes de corais, que são fundamentais para a captura de carbono e para a manutenção dos meios de subsistência das pessoas e apostar mais na ciência e inovação para impulsionar um novo capítulo de ação global para os oceanos."
"Convido todos a juntarem-se ao objetivo de mapear 80% do fundo do mar até 2030 e encorajo o setor privado a juntar-se a alianças que pratiquem uma gestão sustentável e a investigação dos oceanos", defendeu Guterres, pedindo ainda aos governos de todo o mundo que "aumentem a sua ambição de recuperar os oceanos".
"Os oceanos levam-nos a todo o lado, abrem horizontes e possibilitam um futuro mais sustentável para todos", concluiu.

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