O antigo ministro da Defesa de António Guterres, cujo Governo foi responsável pelo lançamento do concurso para a renovação dos submarinos, em 1998, disse esta tarde à TSF que sente vergonha pelo facto da Justiça portuguesa ainda não ter esclarecido as suspeitas de corrupção que recaem sobre este negócio.
«O único comentário que faço como cidadão é que sinto vergonha pelo facto dos negócios sobre os quais existem dúvidas não serem esclarecidos em tempo oportuno pela justiça portuguesa e serem de alguma forma incentivados pela imprensa estrangeira», afirmou.
«A minha surpresa é a surpresa da vergonha. Gostava que os portugueses fossem capazes de resolver os seus próprios problemas em tempo útil e dando o exemplo ao cidadão que faz sacrifícios continuamente e não vê qual é o Portugal do futuro», acrescentou o antigo ministro.
Veiga Simão confirmou à TSF que foi sua a iniciativa de abrir o concurso público, mas a decisão de comprar novos submarinos foi tomada pelo anterior Governo, liderado por Cavaco Silva.
«Recordo-me que a decisão da aquisição quando fui para o Governo já estava tomada, e o próprio primeiro-ministro António Guterres dizia que os submarinos eram a 'arma dos pobres'», recordou.
