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Helena Lopes, a convidada da Rede Social neste início de uma nova temporada do programa, é especialista em economia do trabalho.
Professora catedrática do Departamento de Economia Política do ISCTE, é também investigadora no Centro de Estudos sobre a Mudança Socio-Económica e o Território.
Nasceu em Ourém e aos cinco anos acompanhou os pais que imigraram para França. Lá cumpriu toda a escolaridade, desde o ensino primário ao doutoramento na Sorbonne.
Helena Lopes é leitora de Derrida, Levinas e Paul Ricoeur e amante das grandes caminhadas nas montanhas. Aliás, integra o Clube Ibérico de Montanhismo e Orientação. Chegou a atingir o topo do ranking nacional em orientação.
Quando o jornalista Fernando Alves lhe pergunta qual a sua maior preocupação, enquanto economista do trabalho, responde sem hesitar: "A polarização que se está a desenhar".
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Ouça aqui "A Rede Social", de Fernando Alves
O primeiro quadro sobre o qual reflecte, nesta conversa: "Em 1965, nos Estados Unidos, um CEO ganhava 20 vezes mais que um trabalhador típico. Hoje, ganha trezentas vezes mais. Isto não faz sentido, em termos económicos".
A professora catedrática do ISCTE observa que o continuum vai-se alargando, mas o pior é o desaparecimento do miolo social : "São os que pagam impostos e sustentam o estado social".
Numa entrevista dada em Junho ao Jornal de Negócios, Helena Lopes considerava que o teletrabalho aumenta o fosso entre os grupos sociais e pode abrir caminho a movimentos extremistas e ao populismo. Porquê? "Porque as pessoas podem sentir-se muito desprotegidas e terem a necessidade de encontrar uma espécie de pai ou herói".
A conversa acaba no alto da montanha.