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Já tinha surgido o aviso para apertar os cintos quando dupla bolsonarista se cansou das músicas dos outros passageiros, a caminho da posse em Brasília, e saiu, inconformada, da aeronave
Desde a derrota de Jair Bolsonaro, para Lula da Silva, nas eleições de 30 de outubro, milhares de bolsonaristas continuam inconformados, à frente de quartéis-generais do exército Brasil afora. Os mais radicais até depredam a sede dos Três Poderes.
Já produziram cenas memoráveis, classificáveis até, segundo psicanalistas, como próprias das seitas mais lunáticas. Como a daquele bolsonarista que, de tão focado em bloquear camiões nas estradas, viajou por longos quilómetros de uma autoestrada agarrado a um, qual James Bond. "O patriota do caminhão", como ficou conhecido, virou meme e até adereço para colar em frigoríficos.
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Outros patriotas - os "não bolsonaristas" chamam-nos de "patriotários" - ficaram famosos por cantarem o hino, com ar solene, na direção de um pneu, que simbolizaria, na cabeça deles, os bloqueios à circulação de automóveis.
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E outros, em estado mais crítico, chegaram a fazer sinais com as luzes do telemóvel para o céu, pedindo ajuda extraterrestre para derrubar o eleito Lula e recolocar Bolsonaro ou um militar qualquer no poder através de um golpe de estado.
A multidão faz coisas insanas, disseram os tais psicanalistas ouvidos na imprensa, mas atitudes avulsas são mais raras. Como a do casal que gastou uns bons milhares para comprar duas passagens de avião - viajar pelo Brasil está caríssimo - do Rio de Janeiro para Brasília mas decidiu sair do avião e voltar para casa já os comissários de bordo pediam para apertar os cintos.
O motivo: excesso de lulistas a bordo. Depois de ouvir cantar o "Lula lá" e o "Tá na Hora do Jair já ir embora", hits da esquerda em campanha, cantado em modo repeat pelos passageiros a caminho da tomada de posse, abandonaram a aeronave. Provavelmente para a frente dos quartéis-generais a pedir golpe e a cantar o hino para pneus.