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No último domingo, a dona Terezinha Bezerra atendeu em Recife, no nordeste do Brasil, o telefonema que esperava há mês e meio. Do outro lado da linha, um funcionário do aeroporto de Guarulhos, o maior do país, nos arredores de São Paulo, dizia acreditar ter encontrado Pandora, a cadela desaparecida da família Bezerra. Mandou uns vídeos para confirmar e Dona Terezinha sofreu o primeiro de alguns desmaios daqueles dias: era mesmo a Pandora.
O caso mobilizou não apenas Dona Terezinha, que se intitula avó de Pandora, mas sobretudo o "pai" da cadela rafeira, ou vira-lata, como se diz no Brasil, o senhor Reinaldo Junior. Ele, por sua vez, mudou-se neste mês e meio para Guarulhos, onde se dedicava 17 horas por dia às buscas pela "filha" de quatro patas, além de ter mobilizado voluntários e organizações.
Ouça aqui a crónica "Acontece no Brasil".
Tudo começou no dia 15 de dezembro, quando Reinaldo embarcou rumo a Navegantes, cidade de Santa Catarina, no Sul do Brasil, a mais de 3200 km de distância do local de partida, Recife. O voo fazia escala em Guarulhos, em cujo Terminal 2 Pandora desapareceu. Quando foi descoberta, já andava pelo Terminal 3...
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Nem tudo é alegria, no entanto. Reinaldo ia ficar um mês em Navegantes antes de embarcar para a Suíça, onde tinha promessa de emprego como ajudante num restaurante. No mês e meio de buscas, perdeu a viagem programada, a oportunidade de emprego e, sublinha, 16 kg.
Vai por isso processar a companhia aérea, a Gol, pela perda da cadela e por, segundo o próprio, não ter ajudado em nada. Foi o próprio Reinaldo que, sem nenhum apoio da empresa, pediu acesso às câmaras de segurança do aeroporto, onde se vê Pandora perdida.
A Gol, entretanto, disponibilizou-se para levar Reinaldo e Pandora de volta ao Recife.