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O brasileiro há mais tempo no alerta vermelho da Interpol foi finalmente apanhado, 19 anos depois, em abril.
Marcelo Henrique Negrão Kijak, hoje à beira dos 40, era o condutor do carro que a 20 de março de 2003 bateu contra um poste na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro causando a morte de três pessoas.
Alcoolizado, Kijak guiou alucinadamente com a namorada ao lado e mais duas amigas dela e um amigo dele no banco de trás. Na hora do embate fatal, o casal da frente sobreviveu, por estar com cinto de segurança. O trio de trás, Mariana e Juliane, ambas com 18 anos, e o estudante de engenharia Fabrício, com 20, morreu no local.
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Fernando Diniz, pai de Fabrício, criou uma ONG que luta contra a impunidade nos crimes de trânsito, com papel decisivo na aprovação da Lei Seca brasileira, como é conhecido no país o dispositivo legal que coíbe a ingestão de álcool ao volante. Fez conferências no Brasil, nos Estados Unidos, no Canadá, na Índia, na Rússia e na sede da ONU. Foi, por contra própria, à Bolívia atrás de Kijak, baseado numa pista falsa. E jamais deixou de pressionar a Interpol para que apertasse o cerco ao acusado de homicídio culposo triplamente qualificado.
No início de abril, a Interpol deteve o passageiro Michael Orenstein, no aeroporto da Cidade do Panamá, em trânsito para Israel. Orenstein era Kijak, que como tinha passaporte israelita, fugiu logo após o acidente para o país do Médio Oriente e mudou de nome. Agora, deve cumprir no Brasil pena de 12 anos de prisão.
"Um dia a justiça bate à porta", resumiu Diniz, o pai de Fabrício.