Acontece no Brasil

Todas as quintas-feiras, o correspondente da TSF em São Paulo, João Almeida Moreira, assina a crónica Acontece no Brasil – um país onde a realidade e o insólito andam muitas vezes de mãos dadas.

Jovem finge ter cancro para pedir doações

Camila Barbosa rapou o cabelo e pediu dinheiro em forma de rifas e almoços beneficentes. A polícia e o hospital, entretanto, garantem que ela não tem nem nunca teve a doença

Camila Barbosa, de 27 anos, ganhou em poucas semanas 20 mil reais, um pouco menos de 4000 euros, doados por outros moradores de Morrinhos, pequena cidade do estado de Goiás.

Para tanto, bastou rapar o cabelo e gravar uns vídeos. E não ter nem um pingo de escrúpulos, conforme a definição do delegado, Fernando Gontijo, e das sete pessoas que o procuraram denunciando um esquema.

E qual era o esquema: Camila decidiu gravar vídeos a rapar o cabelo ou deitada em macas de hospitais por supostamente sofrer de cancro. Nos vídeos, pedia dinheiro que muitas pessoas, comovidas com a situação, decidiram doar em forma de rifas, almoços beneficentes e outro tipo de campanhas.

A doença de Camila, no entanto, jamais existiu, conforme apurado pelo delegado Gontijo, após as denúncias.

O Hospital Araújo Jorge, utilizado por Camila nas selfies, disse, por meio de nota, que ela nunca foi paciente da instituição e que chegou a ser retirada da unidade nalgumas ocasiões, ao ser apanhada sem autorização para estar na ala de tratamento dos pacientes com cancro. Noutros momentos, usou cartão de identificação interno falso do hospital.

O Araújo Jorge afirmou ainda que em nenhum relatório médico foram encontrados registos em nome dela.

A defesa de Camila, no entanto, alega que ela tem uma forma suave de cancro. E ela disse que se curou de um no passado. Se não há relatórios no hospital, diz a acusada, foi porque os médicos o perderam.

A polícia fez busca à casa de Camila, entretanto, e não encontrou qualquer indício de que ela tem, teve ou fez tratamento oncológico.

Por burla, a jovem arrisca agora de um a cinco anos de prisão.

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