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A manhã do último dia 24 corria tranquila na prefeitura de Lajeado do Bugre, cidade de cerca de 2500 habitantes a 80 km de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
No gabinete do prefeito, Roberto Maciel Santos, estavam o vice-prefeito, Ronaldo Machado, e um motorista da câmara municipal, não identificado.
De repente, uma pessoa encapuzada entrou no local aos tiros. Matou o prefeito, de 45 anos, feriu com gravidade o motorista, ainda no hospital, e só não atingiu o vice-prefeito porque este escapou pela casa de banho.
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O sobrevivente contou o que viu. "Não consegui identificar ninguém porque a pessoa chegou aos pontapés à porta e a atirar muitos tiros, sobrevivi porque escapei para uma casa de banho, depois para outra, e finalmente para uma sala, foi um sufoco".
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A polícia encontrou cartuchos de uma arma 9 milímetros e percebeu, pelas imagens das câmeras de segurança do local, que o assassino chegou num carro preto e fugiu na mesma viatura, provavelmente guiada por um cúmplice, logo em seguida.
Um homem foi detido horas depois numa cidade vizinha por posse ilegal de arma. Segundo a delegada Aline Palma, não foi ele quem efetuou os disparos. "Mas", disse ela, "estaria à espera do assassino para o resgatar da região".
Roberto Maciel, conhecido como Betinho, não tinha inimigos, de acordo com habitantes de Lajeado, uma cidade, no entanto, onde já em 2019 o secretário de saúde havia sido morto a tiros enquanto estava num bar.
Em 2020, ano das últimas eleições municipais no país, 85 autarcas foram assassinados e mais de 100 alvo de outras agressões.