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Há cada vez mais mulheres à procura de uma nova vida noutros países mas durante muito tempo eram encaradas como imigrantes passivas. Primeiro iam os homens. Depois seguiam as mulheres com os filhos. Mas esta realidade é cada vez mais distante, porque as mulheres estão a imigrar sozinhas ou com os filhos. Saem dos seus países à procura de melhores condições de vida, para escapar a realidades difíceis nos países de origem, para estudar, para trabalhar ou simplesmente para aprender coisas novas, exporem-se a uma nova vida.
O relatório anual do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras indica que, em 2019, havia quase 600 mil cidadãos estrangeiros com autorização de residência em Portugal. A nacionalidade brasileira mantém-se como a principal comunidade estrangeira residente representando 25,6% do total, seguindo-se Cabo Verde com 6,3%, Ucrânia com 5%, China com 4,7%.
Ouça o "Botequim" com Ester Minga, Joana Topa, Cláudia Costa e a jornalista Sara de Melo Rocha
Há vários estudos que demonstram que a mulher migrante está mais vulnerável a trabalho não qualificado, muitas vezes ilegal, sofre de preconceitos de género muito enraizados na sociedade portuguesa. A mulher imigrante está mais exposta a violência doméstica, a violência sexual em contexto de trabalho ou ao tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual.
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O que queremos entender no Botequim é a realidade da mulher imigrante em Portugal, quais as motivações para a mudança de país, que desafios encontram, a que vulnerabilidades estão expostas e como é que as comunidades migrantes as ajudam ou não a encontrarem o que vieram à procura.
Para nos ajudar a responder a estas perguntas temos à mesa do Botequim:
Ester Minga é brasileira, vive em Lisboa há seis anos. É investigadora e terminou recentemente doutoramento em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, com tese sobre as representações contemporâneas das imigrantes brasileiras na sociedade portuguesa.
Joana Topa é doutorada em Psicologia Social pela Universidade do Minho. Publicou, em 2016, o livro "Cuidados de Saúde Materno-infantis a Imigrantes na Região do Grande Porto". As suas principais áreas de pesquisa estão relacionadas com estudos de género, migrações, violência de género, cidadania e abordagens interseccionais.
Cláudia Costa da MenNon, a associação da mulher de São Tomé e Príncipe em Portugal. Vive em Portugal há 43 anos, veio no processo de descolonização mas sempre viveu muito perto da comunidade imigrante.
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Botequim, da autoria da jornalista Sara de Melo Rocha, é um programa feito por mulheres, sobre mulheres. Aborda vários assuntos sob a perspetiva delas. É um espaço de diálogo e de escuta, para discutir desafios relacionados com a igualdade de género, através de entrevistas, conversas e histórias de mulheres que marcam a diferença. Cada programa vai abordar assuntos relacionados com política, educação, ciência, direitos humanos e o papel da mulher em cada um deles.