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Em termos institucionais, o mundo religioso em termos institucionais é masculino, com raízes patriarcais acentuadas.
Nas maiores religiões mundiais, as mulheres continuam a ter papéis secundários de participação na fé. Em algumas religiões, as mulheres estão impedidas de serem líderes de culto nas suas comunidades, ou não podem rezar no mesmo local que os homens, ou estão excluídas de um sacramento.
Apesar da voz predominante nas religiões ser masculina, dados do Instituto Europeu da Igualdade de Género mostram que as mulheres são mais religiosas que os homens. Em alguns países, são as que mais participam em serviços religiosos. É o caso da religião católica. A situação já é diferente no Islão e no Judaísmo, com mais homens a participarem em ações públicas religiosas.
Ouça o "Botequim" com Esther Mucznik, Faranaz J. A. Keshavjee e Teresa Toldy moderado por Sara de Melo Rocha
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Mas há avanços a registar. A participação feminina na estrutura de decisão do Vaticano cresceu cerca de 70% nos últimos dez anos. O Papa Francisco tem vindo a nomear mais mulheres para funções-chave na estrutura da Igreja Católica e a admitir que "as mulheres costumam ser deixadas de lado".
No caso do judaísmo, nas últimas décadas têm-se assistido à formação de várias mulheres em escolas de rabis, com tentativas, quer políticas quer da sociedade civil, para que seja criada uma secção de oração mista para homens e mulheres no Muro das Lamentações em Jerusalém.
No Islão, têm surgido movimentos feministas de caráter político-religioso, dirigidos sobretudo a muçulmanas e que se propõem a fazer a releitura das fontes religiosas do Islão sob um ponto de vista feminista.
Neste Botequim queremos entender como é que a religião olha para o mundo feminino. Que papel está reservado para as mulheres nas três grandes religiões do livro - Cristianismo, Judaísmo e Islão? Quão grandes são as diferenças de género dentro de cada religião? O que querem as mulheres crentes em cada uma das confissões?
Este episódio do programa conta com a participação de:
Esther Mucznik, especialista em temas judaicos, coordena a Comissão Instaladora do Museu Judaico de Lisboa e é membro da Comissão da Liberdade Religiosa.
Faranaz J. A. Keshavjee, muçulmana, ismaelita, antropóloga e psicóloga social, com investigações dedicadas às questões de género, sobretudo o papel da mulher muçulmana.
Teresa Toldy, doutorada em teologia, na área da teologia feminina. É professora Associada na Universidade Fernando Pessoa no Porto e investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
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Sobre o programa
Botequim, da autoria da jornalista Sara de Melo Rocha, é um programa feito por mulheres, sobre mulheres. Aborda vários assuntos sob a perspetiva delas. É um espaço de diálogo e de escuta, para discutir desafios relacionados com a igualdade de género, através de entrevistas, conversas e histórias de mulheres que marcam a diferença. Cada programa vai abordar assuntos relacionados com política, educação, ciência, direitos humanos e o papel da mulher em cada um deles.