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Ser mulher é uma questão biológica ou algo cultural? Na obra "O Segundo Sexo", publicada em 1949, Simone de Beauvoir afirma que "ninguém nasce mulher: torna-se mulher". A filósofa abre caminho para a teoria sobre as relações sociais relativamente ao género e à opressão da mulher devido a uma questão biológica. A autora defende que a biologia relega a mulher para um papel secundário e subalterno.
Ouça aqui a primeira ediçao do Botequim, por Sara de Melo Rocha
Beauvoir defende que uma diferença orientada pela biologia é usada para a construção social do que é ser mulher, através da aprendizagem de gestos, expressões e papéis transmitidos ao longo da vida no que é suposto ser ou fazer enquanto indivíduo que nasce mulher.
A teoria de Beauvoir continua válida mais de 70 anos depois, já que em pleno século XXI, muitas mulheres ainda se regem por regras de género e continuam em segundo plano em muitas áreas.
A primeira edição do Botequim conta com três mulheres que vão ajudar a entender melhor raiz da desigualdade entre homens e mulheres:
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Anália Torres, doutorada em Sociologia, professora catedrática de Sociologia no ISCSP, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Fundou e coordena o Centro Interdisciplinar de Estudos de Género. Criou vários cursos de mestrado e de pós-graduação no domínio da sociologia e do género. Foi presidente da European Sociological Association entre 2009 e 2011. Recentemente, coordenou o estudo "Igualdade de Género ao longo da vida", lançado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Andreia Quartau, faz parte de um movimento feminista - A COLETIVA - que integra a rede 8 de março. É formada em Estudos Europeus e Relações Internacionais.
Fernanda Henriques, formada em Filosofia, é professora emérita na Universidade de Évora onde criou o mestrado em Questões de Género e Educação para a Cidadania. Membro do Advisory Board da revista da Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres. É autora do livro "Filosofia e Género, Outras narrativas sobre a tradição ocidental" publicado em 2016. Fez parte da direção da APEM - Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres.
Botequim, da autoria da jornalista Sara de Melo Rocha, é um programa feito por mulheres, sobre mulheres. Aborda vários assuntos sob a perspetiva delas. É um espaço de diálogo e de escuta, para discutir desafios relacionados com a igualdade de género, através de entrevistas, conversas e histórias de mulheres que marcam a diferença. Cada programa vai abordar assuntos relacionados com política, educação, ciência, direitos humanos e o papel da mulher em cada um deles.