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Todos os anos morrem em Portugal dezenas de mulheres às mãos de maridos ou companheiros, passados ou atuais. Em 2020 foram pelo menos 27. Em 2021 também já se registaram vítimas mortais de violência doméstica.
De acordo com dados da UMAR, União de Mulheres Alternativa e Resposta, nos últimos 16 anos já foram mortas 564 mulheres. São quase três mortes por mês desde 2004.
A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de uma em cada três mulheres (35%) em todo o mundo já tenha sofrido violência física e/ou sexual por parte de um parceiro íntimo.
Ouça aqui a versão alargada do Botequim, um programa de Sara de Melo Rocha
Em 2017, a violência doméstica fez 30 mil vítimas mortais em todo o mundo. De acordo com as Nações Unidas, a própria casa é o local onde a mulher corre o maior risco de ser assassinada.
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A violência contra as mulheres é um fenómeno que atravessa classes sociais, idades e culturas. É considerado um dos mais graves problemas da sociedade portuguesa, que pode estar a ser camuflado e agravado pela pandemia.
Há uma agudização dos casos já existentes, com os pedidos de ajuda por vias telefónicas e digitais no primeiro confinamento a aumentarem 180%, por comparação ao primeiro trimestre de 2019. Também há registo de um crescimento de novo casos
O impacto da violência - que pode ser física, sexual ou psicológica - não se circunscreve às vítimas diretamente envolvidas, afetando também famílias, filhos e amigos.
Impõe-se, por isso, olhar com espírito crítico e cuidadoso para a forma como a sociedade e o Estado respondem a este tipo de crime. Para isso, este Botequim conta com a participação de:
Dalila Cerejo, professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e investigadora do Observatório Nacional de Violência e Género. Tem dedicado os últimos 17 anos a estudar as áreas de violência de género e violência contra a mulher.
Daniel Cotrim, psicólogo na APAV, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, onde é responsável pela área da Violência Doméstica e de Género.
Rosa Monteiro, secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade. É socióloga de formação e perita em Igualdade de Género e estudos sobre as mulheres.
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Sobre o programa
Botequim, da autoria da jornalista Sara de Melo Rocha, é um programa feito por mulheres, sobre mulheres. Aborda vários assuntos sob a perspetiva delas. É um espaço de diálogo e de escuta, para discutir desafios relacionados com a igualdade de género, através de entrevistas, conversas e histórias de mulheres que marcam a diferença. Cada programa vai abordar assuntos relacionados com política, educação, ciência, direitos humanos e o papel da mulher em cada um deles.