Campus Sul

Está criado o primeiro consórcio que junta três universidades portuguesas. No Campus Sul, a Universidade Nova de Lisboa, a Universidade de Évora e a Universidade do Algarve trazem um propósito comum: promover o desenvolvimento e a coesão territorial do Sul. Campus Sul: a investigação, a inovação e o conhecimento ao serviço dos cidadãos e do país.

Vive-se mais tempo em Portugal, mas com "má qualidade de vida"

A população idosa, com 65 ou mais anos, representa em Portugal 23,4%, perto de um quarto da população total, segundo os dados definitivos dos Censos 2021. Com uma população a envelhecer rapidamente mas sem uma velhice mais saudável, ativa e independente, a Universidade Nova, a Universidade do Algarve e a Universidade de Évora juntaram-se na RePEnSA - Rede Portuguesa de Envelhecimento Saudável e Ativo para estudar e, sobretudo, contrariar o problema.

Em Portugal, o aumento da esperança média de vida não ter sido acompanhado por uma melhoria na saúde dos cidadãos nos últimos anos de vida e há especialistas a defenderem que é urgente mudar o perfil de saúde dos idosos no país, apostando na informação em saúde e na promoção de estilos de vida saudável.

"Como temos uma população que tem vindo a envelhecer porque tem vindo a viver mais e com problemas de aumento de várias doenças e problemas económicos acabamos por ter uma população com uma má qualidade de vida e com vários problemas associados", explicou no programa Campus Sul Helena Canhão, diretora da Faculdade de Ciências Médicas NOVA Medical School, da Universidade Nova de Lisboa.

Manuel Lopes, diretor da Escola Superior de Enfermagem de São João de Deus da Universidade de Évora, alerta que o processo de envelhecimento não começa aos 65 anos, mas sim bem antes e é um processo muito complexo.

"Não se compreende apenas conjugando variáveis das eventuais doenças ou outros fatores dessa natureza, precisamos de muitas outras variáveis na equação para conseguir perceber minimamente o que é o envelhecimento. Nesse sentido entendemos que não pode haver resposta simples para problemas complexos. O esforço que tem sido feito, sistematicamente, é conjugando esforços entre várias estruturas e entre diferentes disciplinas para que a resposta seja o mais adequada possível e é nesse sentido que temos criado ofertas formativas em associação, de modo a que possamos ir mais facilmente ao encontro das necessidades de cada parte do país que está envolvida e, por outro lado, temos criado ofertas de formação avançada", sublinhou o professor.

Por o envelhecimento ser um problema tão complexo, Clévio Nóbrega, coordenador do Algarve Biomedical Research Institute, defende que é preciso desenvolver soluções e estratégias multidisciplinares que tentem abordar este que já é um problema para Portugal, mas que poderá vir a agravar-se nos próximos anos.

"No Algarve temos diversas estratégias a decorrer e diversos elementos. Desde logo pertencemos também à rede RePEnSA e o Observatório Nacional para o Envelhecimento está localizado no Algarve, mas permitam-me destacar aqui um laboratório colaborativo que se criou recentemente e do qual a Universidade do Algarve faz parte, que agrupa 12 instituições a nível nacional, nas mais diversas áreas da academia, mas também do mundo empresarial e que se chama Laboratório Colaborativo do Algarve Biomedical Center - Soluções Integradas para o Envelhecimento e Rejuvenescimento. Queremos, através tecnologia, ciências sociais e medicina desenvolver estratégias e soluções que permitam que possamos viver mais, como já o fazemos, mas sobretudo viver melhor e que consigamos reduzir, de facto, aquele que é e irá ser, sem dúvida, um grande custo para os sistemas de saúde, de Segurança Social e para a própria sociedade", acrescentou o também presidente do conselho pedagógico da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve.

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de